19/03/2004 08h00 – Atualizado em 19/03/2004 08h00
Os reajustes salariais em 2003 não foram suficientes para repor as perdas com a inflação. Segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), cerca de 58% dos reajustes salariais negociados ficaram em patamar inferior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE. Ou seja, apenas 42% das negociações conquistaram a reposição das perdas salariais.
A avaliação por data-base revela que os melhores resultados das negociações salariais ocorreram nos meses de novembro, fevereiro, outubro e março, quando a maioria resultou em reajuste igual ou superior ao INPC. Os resultados mais desfavoráveis foram verificados nas datas-base de julho e setembro.
Segundo o Dieese, o parcelamento de índices e a concessão de abonos não incorporáveis aos salários foi a prática encontrada pelas empresas nas negociações salarias. Essas práticas mostraram-se pouco presentes nas negociações desencadeadas entre janeiro e junho, mas ganharam fôlego no segundo semestre do ano.
O levantamento revela que nas regiões Norte e Sul, a maioria das negociações salariais conseguiu repor as perdas provocadas pela inflação. Nos estados do sul do país, 60% das negociações garantiram reajustes salariais iguais ou superiores às variações acumuladas do INPC. Mas regiões Nordeste e Centro-Oeste, respectivamente, 75% e 89% dos documentos analisados registraram perdas salariais.
O setor industrial registrou o melhor resultado positivo para a maioria das negociações analisadas: 55% delas tiveram reajustes no mínimo iguais ao INPC. No comércio e no setor de serviços, porém, os resultados ficaram bem abaixo da inflação acumulada para a maior parte dos instrumentos avaliados.
Fonte:IG
