20/03/2004 10h08 – Atualizado em 20/03/2004 10h08
A nova tarifa dos ônibus urbanos em Campo Grande, em vigor desde quarta-feira passada, está pesando no bolso dos usuários do transporte. “A gente quase já não tinha condição de pagar quando era R$ 1,70. Agora R$ 1,80 é absurdo, porque os ônibus continuam sendo poucos”, comenta a secretária Dilma Santana.
Ela, que mora no bairro Aero Rancho e trabalha no centro, paga duas passagens por dia e calcula que 20% de seu rendimento estão comprometidos com o transporte. Para o marceneiro Emerson Santos, que mora no Nova Lima e trabalha no Jardim Colúmbia na saída para Cuiabá, o salário de R$ 380,00 vai ficar mais apertado.
Ele também paga duas passagens de ônibus por dia e, depois do reajuste, o gasto com transporte vai chegar a quase R$ 80,00 por mês. “O duro é que os problemas continuam iguais. Muitas vezes a gente se atrasa para o trabalho por causa da superlotação nos terminais”, reclama.
O novo preço da tarifa desagrada até quem não depende do transporte coletivo urbano para ir trabalhar. A dona-de-casa Andréia Aranda, moradora do Jardim Aeroporto, pega ônibus eventualmente, mas acredita que o reajuste só se justificaria se houvesse melhora no serviço. “Por que subir a passagem, se o transporte continua tão ruim?”, pergunta.
Para o Fórum dos Usuários do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, a utilização de transportes alternativos pode ser uma boa resposta ao reajuste das tarifas de ônibus. “Vans, bicicletas, carroças, qualquer meio de transporte alternativo tem o nosso apoio”, afirma Haroldo Borralho, membro do Fórum de Usuários.
De acordo com ele, o reajuste onera principalmente o trabalhador de menor renda. “Fica inviável, porque quem ganha um salário mínimo, por exemplo, vai ter mais de 50% do rendimento comprometido com o transporte”, avalia.
Fonte:Midiamax News




