22/03/2004 17h01 – Atualizado em 22/03/2004 17h01
Representantes de governos e de organizações sociais africanos e sul-americanos iniciaram hoje, em Brasília, uma reunião para discutir formas de combater o racismo, em evento organizado pelo Executivo brasileiro.
“O encontro pretende analisar questões nacionais e internacionais e, principalmente, fortalecer as relações do Brasil com o continente africano e os países vizinhos da América do Sul (no combate ao racismo)”, disse a secretária especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial do Brasil, Matilde Ribeiro.
Matilde, cujo cargo tem categoria ministerial, disse que, com exceção do Brasil, nenhum dos países que participam do encontro conta com entidades oficiais que se dediquem a ações específicas de combate ao racismo.
Do fórum “Acordos e compromissos com a promoção da igualdade racial e o combate às formas de discriminação” participam representantes de Angola, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Moçambique, Peru, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Segundo Matilde, uma das metas da reunião que ocorrerá até quarta-feira na capital é “intensificar ações conjuntas” entre os governos que participam para enfrentar o racismo. Disse que, nesse sentido, o Brasil já enviou propostas de acordos de cooperação a Angola, Moçambique e África do Sul.
De acordo com a secretária, no final do fórum será elaborada a “Carta de Brasília” que “conterá os acordos e compromissos assumidos durante a reunião”. Ela ponderou que os participantes no fórum terão que apresentar a seus respectivos governos as conclusões desse documento antes que os países definam como implementarão um processo de cooperação.
A “Carta de Brasília” servirá, segundo Ribeiro, “para que (os governos) definam possíveis acordos e compromissos” no âmbito da cooperação internacional no combate ao racismo.
A responsável da Secretaria da Mulher do Paraguai, María José Argaña de Mateu, que também tem status de ministra, apontou na entrevista coletiva que as mulheres latino-americanas são muito afetadas pela discriminação. “A discriminação racial e também contra a mulher é um problema que se vive em países como os nossos, onde ainda a pobreza e a falta de cultura afetam gravemente as nossas mulheres, as nossas meninas e as nossas adolescentes”, declarou.
Fonte:Terra Notícias




