26/03/2004 16h48 – Atualizado em 26/03/2004 16h48
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, assumiu hoje a culpa pessoal e institucional pela morte de 800 mil pessoas em Ruanda em 1994, na abertura de uma conferência sobre o genocídio. “A comunidade internacional é culpada do pecado de omissão”, disse Annan, que chefiava a agência de forças de paz da ONU na época e pediu aos países que cedessem soldados.
“Eu achava, então, que estava fazendo o máximo que podia. Mas percebi, depois do genocídio, que podia e devia ter feito mais para arrecadar apoio”, disse Annan em um discurso que abriu a conferência.
Não é a primeira vez que o secretário-geral critica a ONU por seus próprios erros, mas ele afirmou que as lembranças dolorosas de Ruanda e da limpeza étnica na Bósnia-Herzegovina em meados dos anos 1990 influenciaram “muito de seu pensamento e muitas de suas ações” como chefe da entidade. O pequeno país do centro da África mergulhou na carnificina étnica em abril de 1994, depois que o avião em que viajava o presidente Juvenal Habyarimana foi abatido sobre Kigali.
Em cem dias, cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados foram assassinados por extremistas hutus armados com machados, enxadas e cassetetes com pontas afiadas. Eles eram incitados por transmissões de rádio. O genocídio foi contido quando rebeldes liderados pelos tutsis venceram os extremistas hutus, muitos dos quais fugiram para o vizinho Zaire, hoje chamado República Democrática do Congo.
Responsabilidade Em abril de 2000, o Conselho de Segurança da ONU admitiu a responsabilidade por não ter interrompido as mortes em Ruanda. Um relatório elaborado pela ONU em dezembro de 1999 acusou a entidade global de timidez, desorganização e desorientação diante do massacre.
Fonte:Plugar





