30/04/2004 08h57 – Atualizado em 30/04/2004 08h57
Algumas pessoas podem até negar suas emoções, o que não podem negar é que o ciúme é um sentimento extremamente natural entre meros mortais; desde que não se torne obsessivo. Ciúme é um sentimento universal que envolve receio de perder o amor da pessoa por quem se tem admiração. Ciúme independe de idade ou sexo.
Freud já dizia, “Estar apaixonado é estar mais próximo da insanidade do que da razão”. Em questões de ciúme, a linha divisória entre imaginação, crença e certeza freqüentemente se torna vaga e imprecisa, as dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas ou totalmente delirantes.
O portador de ciúme patológico é um vulcão emocional, sempre prestes à erupção e apresenta um modo distorcido de vivenciar o amor. Aldo Bianco Aguilar, psicólogo e psicoterapeuta, diz que o ciúme possessivo faz mal para quem o sustenta e para quem é objeto deste amor doentio. Uma vez sustentado a pessoa passa a alimentar o desejo de tornar o outro metade de si mesma, o resultado das velhas crenças deixadas pelo romantismo em nossas vidas, de que podemos encontrar nossa outra metade nos outros.
“Doce ilusão, pois o amor verdadeiro e saudável é resultado de quando somos inteiros, um para o outro e, não quando somos parte de uma outra pessoa”. Os ciumentos estão em constante busca de evidências e confissões que confirmem suas suspeitas mas, ainda que confirmadas pelo companheiro, essa inquisição permanente traz mais dúvidas ainda ao invés de paz.
Depois da capitulação, a confissão do companheiro nunca é suficientemente detalhada ou fidedigna e tudo volta à torturante inquisição anterior. Este estado emocional também é considerado um momento de crise em que a pessoa está mais exposta, sem defesas, e assim, fica vulnerável aos devaneios e às criações de sua mente.
Várias emoções são experimentadas, tais como: ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança, humilhação, perplexidade, culpa, aumento do desejo sexual, e até mesmo, desejo de vingança.
O ciúme é um sentimento esquivo e complexo, que desafia a investigação rigorosa científica. A psiquiatria reconhece certas formas extremas de ciúme como um tipo de paranóia. Parece próprio do ciúme estar sempre associado a alguma forma de medo ou insegurança. Em geral as pessoas que sofrem de ciúme desconfiam do seu próprio valor e, por isso, tende a julgar que não é tão importante e nem bastante amada. Em muitos casos, o ciúme não é prova de amor de uma pessoa por outra, mas sim por si mesma.
Fonte:Portal Unimed