04/05/2004 17h50 – Atualizado em 04/05/2004 17h50
A instituição Gae-Vida (Grupo de Apoio e Expectativa de Vida) está passando por grave crise econômica. Segundo a presidente, Helena Mathias, 67 anos, a instituição está vivendo apenas de doações, não tendo apoio nenhum da prefeitura ou do governo. “A última ajuda da prefeitura foi em dezembro de 2003, esse ano não recebemos nada. Nos meses anteriores nós conseguimos distribuir as cestas básicas através de doações, mas esse mês não temos de onde tirar o dinheiro”, desabafou a presidente.
Hoje, o Gae-vida possui 73 assistidos soros positivos que recebem cestas básicas mensais. Helena explicou que a maioria dos assistidos são pessoas carentes, que trabalhavam em serviços braçais e que devido à doença acabaram perdendo o emprego. Além disso, Helena levantou o problema do preconceito, que faz com que os soros positivos não consigam emprego fixo na Cidade. “Nenhum dos assistidos tem emprego fixo, isso ocorre porque as pessoas tem receio de dar emprego à um soro positivo. O que as pessoas não entendem é que eles tem família, filhos, se você visitar a residência de um assistido irá comprovar que é muito mais triste do que estou passando”.
Helena informou também que a instituição também promove campanhas de conscientização. A entidade possui o projeto Vespa (Voluntários Esclarecendo a Sociedade da Prevenção da Aids), fazendo palestras de conscientização em escolas e empresas e o Borboleta, que visa atingir os profissionais do sexo, visitando bares e casas noturnas distribuindo camisinhas.
Em relação ao ano passado o número de assistidos aumentou em 10%. Segundo a presidente em 2003, a entidade tinha cerca de 62 assistidos.
VERGONHA
Durante entrevista com a equipe de reportagem, Helena comentou que durante uma entrevista em uma radio de Três Lagoas ela recebeu 16 ligações de pessoas que fizeram doações ao vivo, mas que depois acabou se negando a fazer a doação. “Das 16 ligações nós recebemos apenas 5 doações, quando nós fomos buscar as coisas elas se negaram a entregar. A causa é muito triste e séria para que as pessoas fiquem se promovendo em cima daqueles que necessitam”
PROMOÇÃO
Como forma de arrecadar fundos, o GaeVida estará promovendo no dia 15 o sorteio de um tanquinho, uma panela de pressão, um liquidificador e um ferro de passar roupa. O sorteio será realizado na Radio Caçula. Helena explicou que, dos 2 mil cupons vendidos através do telefone, houve 20% de desistência por parte dos compradores. “Em uma campanha dessas eu esperava no mínimo R$ 5 mil, mas infelizmente nós vamos conseguir apenas R$ 1,5 mil, que só cobre os gastos da instituição”, comentou. Helena calcula que para a compra de todas as cestas básicas seriam gastos cerca de R$ 3,6 mil. O telefone de contato é 524-7702, para aqueles que estejam interessados em fazerem doações ou participarem do sorteio. O valor do cupom é de R$10.
