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domingo, 8 de junho de 2025

Negociação de soja só em caso de quebra

04/05/2004 10h50 – Atualizado em 04/05/2004 10h50

A negociação de contratos fechados no mercado futuro no fim do ano passado para venda de soja só ocorre em caso de perda física do produto e ainda assim avaliando caso a caso, afirma o secretário-geral da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), Fábio Trigueirinho. Ele explica que a diferença de preço no mercado físico (hoje R$ 49,00 a saca) em relação ao negociado no futuro, US$ 10,00 (R$ 30,00) a saca, não significa vantagem para as indústrias, embora a impressão causada ao produtor seja essa.

Isso, explica, porque para não correr os riscos da variação, que pode ser tanto positiva quanto negativa, os compradores também vendem a quantidade equivalente na bolsa de operações como medida de proteção, a chamada hedge. Dessa forma, o cumprimento do contrato firmado no mercado futuro é salutar para que essa relação, vista como uma importante ferramenta na captação de recursos, seja mantida. “Temos que mostrar isso, que não há ganho do outro lado. No caso contrário, de haver uma grande produção e o produto vir a desvalorizar a empresa vai honrar o valor firmado, como já aconteceu antes, porque fez o hedge”, explica. O produtor também não está perdendo em relação aos custos, que já tinha todos computados no momento que fechou o contrato no mercado futuro.

Trigueirinho não sabe mensurar qual percentual de contratos deve ser reformulado em função das perdas provocadas por fatores climáticos, como estiagem em Mato Grosso do Sul e explica que os encaminhamentos são diversos, na maior parte ocorrendo com a entrega da maior parte possível da produção agora e negociação do restante para a próxima safra. Sobre as liminares, conquistadas por produtores que questionam a questão do preço, ele acredita que se as decisões finais contemplarem os produtores em detrimento dos compromissos já firmados, pode haver estremecimento dos contratos futuros, que as empresas podem passar a restringir aos clientes mais tradicionais.

A estimativa é que em Mato Grosso do Sul em torno de 40% da produção tenha sido negociada no mercado futuro. As perdas, conforme os dados do IBGE, chegaram a quase 33% da produção prevista, prejuízo estimado em R$ 1,5 bilhão.

Fonte:Campo Grande News

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