07/05/2004 16h40 – Atualizado em 07/05/2004 16h40
A polícia de São Paulo ouviu nesta sexta-feira mais cinco pessoas sobre a morte do torcedor corintiano Marcos Gabriel Cardoso, 16. Ele sofreu traumatismo craniano em conseqüência de uma briga entre corintianos e palmeirenses, ocorrida no último domingo.
Segundo a Polícia Civil, as pessoas ouvidas estavam envolvidas na confusão. Na última quinta-feira, quatro rapazes suspeitos de envolvimento nas agressões que resultaram na morte do adolescente também prestaram depoimento no 13º DP (Casa Verde, zona norte). Todos foram liberados após depoimento porque não há indícios que liguem os rapazes ao crime.
Uma outra pessoa foi ouvida na condição de testemunha. Ela também teria sido agredida durante a briga, mas disse que não tem condições de identificar se os suspeitos participaram da agressão ao adolescente.
A polícia também deverá ouvir os dirigentes das torcidas do Corinthians e do Palmeiras. No entanto, ainda não há data prevista.
Morte
Cardoso morreu por volta da 0h da última terça-feira, quando seria operado para a retirada de um coágulo do cérebro, no Hospital Santa Cecília.
A briga entre torcedores ocorreu na tarde de domingo, antes da partida entre Corinthians e Palmeiras, no Morumbi. O adolescente foi agredido com socos e chutes na cabeça.
Por volta das 14h20, ele foi até o hospital Barra Funda, acompanhado por um casal. No hospital, o rapaz foi submetido a diversos exames, como raio-X. Segundo a diretora do PS, Castálide Campos, os exames não apontaram nenhuma alteração neurológica e o torcedor foi liberado. “Recomendamos a ele que voltasse para casa e descansasse”, disse.
Na tarde da segunda-feira, o adolescente sentiu-se mal, seguiu para um PS na zona leste da cidade e foi transferido, no início da noite, para o Hospital Santa Cecília, na região central.
Segundo a assessoria do hospital, ele teve traumatismo craniano. O rapaz chegou em estado grave e foi encaminhado para o setor de cirurgia, onde morreu.
Processo
A morte do torcedor causou a abertura de uma sindicância no Conselho Regional de Medicina de São Paulo e deve motivar um processo por parte da sua família.
O advogado José Luiz Pereira, contratado pela família do corintiano, pretende mover uma ação de reparação de danos morais e materiais contra o pronto-socorro da Barra Funda e os médicos que atenderam o rapaz logo após as agressões.
Denúncias
O Disque-Denúncia de São Paulo recebeu ao menos 28 ligações com informações sobre a briga.
O serviço atende pelo telefone 0800-15-63-15 para denunciantes das cidades de São Paulo com DDD 11, da Baixada Santista, de Jacareí e da Serra Negra.
Denunciantes de outras localidades ou de outros Estados devem utilizar o número 0/xx/11/3272-7373.
Fonte:BOL