08/05/2004 10h16 – Atualizado em 08/05/2004 10h16
Carregamentos de arroz, cevada e cítricos uruguaios para o Brasil estão retidos em “todos os postos da fronteira” por uma greve da fiscalização brasileira. A informação foi divulgada ontem pelo presidente da União de Exportadores do Uruguai (UEU), Daniel Soloducho.
Fontes do Sindicato de Cargas asseguraram que entre 600 e mil caminhões estão retidos na fronteira. “Sabemos que é um problema interno do Brasil, mas é uma injustiça que nos façam reféns”, comentou Soloducho, enquanto uma delegação de empresários realizava gestões junto à embaixada do Brasil em Montevidéu, “para que o governo brasileiro veja a forma de agilizar a passagem dos caminhões na fronteira”.
O dirigente dos exportadores disse que o problema surgiu “há dias”, mas que os fiscais brasileiros deixam passar as mercadorias perecíveis, por isso as cargas retidas são de arroz, cevada e cítricos.
“Se nossos produtos seguirem retidos, os destinatários brasileiros procurarão uma forma de substituí-los, com arroz nacional, ou de outra forma, por isso esta situação produz um grave prejuízo para os exportadores uruguaios”, destacou Soloducho. O jornal El País assegurou que “além dos produtos agrícolas, também foram afetadas as exportações uruguaias de derivados do petróleo e bens industriais para as fábricas brasileiras”.
Soloducho, integrantes do Sindicato de Cargas (caminhoneiros) e representantes de outras entidades de empresários se reuniram nesta sexta-feria com o chanceler uruguaio, Didier Opertti, para exigir apoio junto ao Brasil visando solucionar o problema.
Em 2003, as exportações uruguaias para o Brasil somaram US$ 471 milhões, 21,4% do total de suas vendas ao exterior, enquanto que as importações de produtos brasileiros chegaram a US$ 459 milhões, 20,9% do total das compras externas do país. No intercâmbio bilateral do ano passado, que chegou a 930 milhões de dólares, o Uruguai teve um saldo comercial positivo de US$ 12 milhões.
Fonte:AFP