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terça-feira, 17 de junho de 2025

Cresce o número de profissionais do sexo na Cidade

10/05/2004 16h26 – Atualizado em 10/05/2004 16h26

O número de adolescentes transexuais explorando o sexo vem crescendo desde 2000. Segundo membro da Articulação dos Trangênicos do Centro Oeste (ATRACO), Fernanda Venturiny, 27 anos, hoje Três Lagoas possui cerca de 80 HSH (Homens que mantem relações sexuais com homens), sendo a maioria dos travestis adolescentes entre 16 e 18 anos. Os números foram conseguidos através de um mapeamento. Fernanda explicou que a Cidade possui cinco principais pontos de travestis que são profissionais do sexo. O maior deles é na avenida Ranulpho Marques Leal.

ATRACO

A Articulação foi aprovada em abril de 2003, mas só teve a verba de R$ 29,2 mil liberadas esse mês pelo Estado. Com a verba, Fernanda disse que irá investir em redução de danos em relação a Doenças Sexuais Transmissíveis (DST_AIDS) para HSH. “Nós temos o Projeto Estrela Guia, que distribui mensalmente 40 camisinhas e 16 géis lubrificantes. No começo eram apenas 30 camisinhas, mas é um número baixo, principalmente para os profissionais do sexo”. Além do Estrela Guia, eles podem estar recebendo 15 camisinhas quinzenalmente pelo programa DST-AIDS do governo do estado.

A primeira reunião da instituição será realizada no próximo sábado. Os temas discutidos são, principalmente as DSTS e a tentativa de redução de danos, mas Fernanda explicou que o grupo sempre acaba entrando em outros tabus, como o silicone injetável e sobre os riscos oferecidos. “Apesar de que, os travestis de Três Lagoas não gostam de silicones. Acredito que foi devido à morte de um travesti por colocar silicone”.

Segundo Fernanda, a violência contra os trangênicos não é freqüente, no caso dos profissionais do sexo eles passam por mais preconceito. “Isso depende da postura do travesti, se você for uma pessoa séria e souber como se vestir e comportar perante a sociedade, não encontra problema algum”.

No caso dos adolescentes travestis, Fernanda explicou que a única solução é trabalhar com redução de danos, já que nem a assistência social pode interferir, pois os pais sabem da opção sexual do filho e que trabalham como profissionais do sexo.

“Não tem o que fazer com os adolescentes profissionais do sexo, eles estão nessa vida por opção e não vão sair para ganhar no Maximo R$ 300 por mês. Eu conheço uma travesti que ganha até R$ 2 mil mensal”.

Outro problema levantado sobre as profissionais do sexo foi a falta de educação. Fernanda comentou que a maioria delas são semi-analfabetas. “Elas só fizeram até o ginásio, algumas nem o nome sabem escrever. Essa moçada nova não quer saber de estudar”.

A ATRACO já recebeu convite de três colégios para realizarem palestras que abordem a homossexualidade e as DSTs na Cidade. Por enquanto, Fernanda está mais preocupada em trabalhar com o público-alvo, mas disse que mais para frente irá fazer um seminário nas escolas que a convidaram.

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