10/05/2004 10h02 – Atualizado em 10/05/2004 10h02
A suspensão no atendimento por parte de cirurgiões torácicos e vasculares (angiologistas) está gerando um clima de tensão no Pronto Socorro da Santa Casa de Campo Grande. Principalmente entre os plantonistas, que, muitas vezes, precisam desempenhar funções que não detém total conhecimento. “A gente fica com medo de um paciente morrer na nossa mão por falta de especialista. Mas o que fazer? Não podemos deixar de atender quem chega aqui”, argumentou um médico. “A gente faz o possível, que é não deixar a pessoa morrer. Depois de estabilizada, a vítima ficar esperando um especialista”, conta outro plantonista. “Hoje mesmo chegou um acidentado de Aquidauana. Fizemos o atendimento de emergência, ele não corre risco de morte. Mas agora tem que esperar um neurocirurgião para avaliar”. Segundo os médicos, o atendimento dos neurocirurgiões foi restringido, mas não suspenso. “Mas a gente fica nesse clima, sem saber se vem, se não vem, até quando vai atender”.
Os médicos esperam que “as negociações entre os especialistas e o hospital avancem o mais rápido possível porque cada dia a situação fica mais difícil”.
Os casos mais graves estão sendo encaminhados à Central de Regulação de Vagas. “O problema é que a Central não funciona direito, ela não consegue impedir que todos os pacientes cheguem até a Santa Casa”, comentou um médico.
Marcos Serrate, que está internado no Pronto Socorro desde sexta-feira aguardando atendimento de ortopedista, acompanha o clima de tensão entre os médicos. “Eles não param nem pra almoçar, dá pra perceber que estão nervosos porque tem pouco médico pra muito paciente”, disse.
Fonte:Campo Grande News
