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sexta-feira, 20 de junho de 2025

Informática revoluciona escolas estaduais na Capital

14/05/2004 09h25 – Atualizado em 14/05/2004 09h25

Há uma revolução silenciosa se processando no interior de cada escola da rede estadual em Mato Grosso do Sul, que vai colocar a comunidade escolar em sintonia com a modernidade e devolver ao ensino público a posição de vanguarda das transformações sociais. É o programa de Informática na Educação, iniciado pelas secretarias e que agora se espalha pelas salas de aula, levando conhecimento e encurtando caminhos, destruindo pilhas de papel, facilitando a vida de professores, pais e alunos.

Em Campo Grande, todas as 80 escolas da rede estadual já estão informatizadas, beneficiando diretamente mais de 67 mil alunos. O governo investiu R$ 5,6 milhões de recursos próprios na aquisição de 1,8 mil microcomputadores, além de scanners, impressoras e condicionadores de ar para equipar as secretarias e os laboratórios de informática das escolas. São equipamentos modernos, potentes, que permanecerão atuais ainda por vários anos. O micro que desempenha a função de servidor, ao qual todos os outros computadores na escola estão interligados, é um modelo Athlon com capacidade de armazenar 2,2 bilhões de caracteres e memória volátil de 512 Mega Bytes. Os computadores para uso dos estudantes são modelos Duron com capacidade de armazenar 1,4 bilhões de caracteres no disco rígido e memória volátil de 256 MB. Cada Sala de Tecnologia Educacional (antigos laboratórios de informática) dispõe, em média, de 15 micros e as escolas maiores, como a Hércules Maymone e Joaquim Murtinho, chegam a ter cinco salas. O acesso à Internet é pela banda larga, com modem ADSL onde o serviço já está disponível, ou através de outra tecnologia similar. Passo a passo – A informatização não consiste, entretanto, na simples aquisição de computadores. Para operacionalizar essa rede o governo do Estado contratou uma empresa especializada que está desenvolvendo o Sige (Sistema de Gerenciamento Escolar), um conjunto de programas que vão eliminar burocracias, dar transparência e agilidade aos procedimentos e manter rigoroso controle do cotidiano escolar. O Sige é um software administrativo dividido em 27 módulos. Na implantação de cada módulo, a escola estará dando um passo rumo ao presente. Antes da informática chegar às salas de aula, os professores foram convidados a conhecer a tecnologia. No Núcleo de Tecnologia Educacional, localizado no bairro Miguel Couto e equipado com 37 terminais, os mestres aprendem a transformar o computador na mais eficaz ferramenta pedagógica. Por enquanto a capacitação não é obrigatória, porém como todos estão cientes da necessidade de se atualizar, a demanda tem sido grande. “Estamos presenciando a mais significativa mudança no modelo escolar brasileiro em 500 anos”, arrisca a professora Terezinha Granja, coordenadora do Programa Estadual de Informática na Educação “Construindo o Cidadão do Século XXI”. A escola pública tal qual é conhecida foi concebida pelo fundador da Companhia de Jesus, Inácio de Loiola, e sistematizada no documento Ratio Studiorum, a cartilha dos educadores jesuítas do Século XVI. Matrícula on line – Já no próximo ano letivo os pais sentirão a diferença da escola moderna para o antigo modelo. Acabaram os sacrifícios das longas filas, a angústia da incerteza e todos os contratempos da luta para fazer uma simples matrícula. Esse procedimento será feito, agora, de qualquer computador com acesso à Internet no planeta, a qualquer hora, e a confirmação será imediata. Terezinha Granja ensina como se dará o preenchimento do formulário eletrônico da matrícula. “O pai, o aluno ou o responsável vai acessar o Portal da Educação na Internet, abrir o formulário e informar os dados solicitados. O pedido de matrícula será processado no banco de dados; se houver vaga na escola da sua preferência, será emitida a confirmação automaticamente. Basta imprimir, este será o comprovante da matrícula. Se não houver vaga naquela escola, o processo deve ser repetido.” O acesso ao portal poderá ser feito de casa, de um cyber ou mesmo da escola, com a orientação de um funcionário. Até o ano passado, a distribuição dos alunos pela rede escolar era feita através da Central de Matrículas, onde trabalhavam dezenas de pessoas. O pai precisava ir a uma escola, preencher a ficha informando em quais escolas preferia que seu filho estudasse. Essa ficha seguia para a central onde era processada manualmente. Em um mês, no mínimo, o pai recebia uma correspondência em sua casa informando onde seu filho foi matriculado. Além do trabalho que demandava, Terezinha Granja lembra que muitas correspondências se extraviavam, ou por falta de clareza na informação do endereço ou porque a família se mudou nesse ínterim, criando transtornos que poderiam culminar com a perda do ano letivo daquele estudante. O formulário on line vence esse obstáculo e agrega ainda outra vantagem: o baixo custo operacional. “No ano passado gastamos R$ 300 mil só com a postagem das cartas”, revelou. Escola digital – A era da escola digital promete dar uma mãozinha aos pais na tarefa de zelar pelo bem de seus filhos, interagindo com a família na busca da melhoria constante do ensino e no desenvolvimento pleno do estudante. O Portal da Educação – que está sendo desenvolvido – vai disponibilizar as informações básicas da vida escolar do estudante. As notas de cada disciplina, certificados de conclusão de curso, histórico e até o diário escolar estarão on line para conferência ou impressão. E mais: “Se o aluno estiver com muita falta, por exemplo, o pai receberá um comunicado eletrônico via e-mail ou quando acessar o portal alertando sobre o fato”, explicou Terezinha Granja. Esses serviços fazem parte dos dois primeiros módulos do Sige – já implantados e em fase de teste na rede estadual em Campo Grande. Quando todos os 27 módulos estiverem em operacionalização, o secretário de Educação, Hélio de Lima, vai monitorar de seu gabinete o funcionamento de cada escola, saber quantos alunos estão estudando naquele dia, quanto foi gasto com água, luz, telefone ou merenda, como está o estoque de alimentos, medir o desempenho dos professores e o nível do ensino, podendo se antecipar na solução de problemas tão logo eles surjam. Essa realidade está próxima: até o fim de 2006, Hélio de Lima assegura que todas as escolas do interior do Estado estarão informatizadas e interligadas por rede.

Fonte : RepórterMS

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