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sexta-feira, 20 de junho de 2025

Música de Chico Buarque vira curta-metragem

14/05/2004 16h10 – Atualizado em 14/05/2004 16h10

O cantor, compositor e escritor Chico Buarque fará 60 anos no próximo dia 19 de junho. E o artista, que mantém profícua relação com o cinema, tem mais um encontro marcado com o mundo das imagens. O cineasta Amílcar M. Claro está preparando o curta-metragem Construção. O roteiro de Construção, escrito pelo próprio Amílcar, já está pronto e tem a famosa canção, gravada em 1971, como motivo (“Amou daquela vez como se fosse a última/beijou sua mulher como se fosse a última/ e cada filho seu como se fosse o único/ e atravessou a rua com seu passo tímido/subiu a construção como se fosse máquina…”). “Neste novo filme, a exemplo da canção de Chico Buarque, trataremos do dia-a-dia de personagens anônimas, gente comum, a um só tempo cativante e incômoda”,explica o cineasta.

Amílcar pretende “investigar e imprimir em película aspectos da realidade dos brasileiros que trabalham duro, pegam no pesado, refletindo-os, depois, feito um espelho antropológico”. Afinal, justifica, “foi isto que Chico fez nos belos versos da longa Construção, um de seus trabalhos mais ousados e criativos”. “A construção a que se refere o título da música e do meu curta-metragem será o cenário principal do filme, constituindo-se em espaço alegórico, local mítico onde nossa personagem principal desenvolverá sua humana e universal luta pela sobrevivência”, avisa o realizador. Para interpretar o operário que morre “atrapalhando o trânsito”, Amílcar convocou o ator cearense Cláudio Jaborandy, protagonista de seu curta Náufrago e do longa Latitude Zero, de Toni Venturi. Ele espera contar com a participação especial de Chico Buarque, “nem que seja numa cena fugaz”. A canção que serve de base ao filme terá arranjo musical de André Moraes e interpretação da banda Infierno, um inferno de guitarras.

Amílcar, que está percorrendo o circuito de festivais com seu último curta (Imensidade, ensaio poético sobre Idalina, a “noiva” louca de Castro Alves), garante que “Construção será um projeto de experimentação, investigação estética e pesquisa dramática, estando na renovação de linguagem sua proposta e seu desafio”. E mais: “Vamos fugir do naturalismo vazio, ao qual tem nos habituado a televisão, pois queremos realizar um filme de linguagem transformadora, perturbadora e lírica, como a canção que o conduz”. No curta Construção, Amílcar vai trabalhar com parceiro habitual, o fotógrafo Roberto Santos Filho. O projeto está orçado em R$ 195 mil e aprovado pela Lei Rouanet (para captação até dezembro deste ano). Empresas interessadas em apoiá-lo podem contatar Amílcar pelo fone (0–11) 3214-5308 , a produtora Natasha Aquino – (0–21) 2234-0747 – e Leila Mantovanni, em Londrina/Paraná (0–43 3343-1813).

Fonte:Estadão – SP

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