21.3 C
Três Lagoas
sexta-feira, 20 de junho de 2025

document.write Chr(39)Invadir é como fazer lazer rural

03/06/2004 15h34 – Atualizado em 03/06/2004 15h34

O cabeleireiro Adão Coutinho, 39 anos, diz que o ato de invadir uma fazenda e ficar nela por alguns dias, dentro de um barraco de plástico, sob chuva e frio, é como “fazer um lazer rural, tirar férias no campo”. Para a desempregada Cleide Galdiolli, de 37, a invasão é “alegre e divertida”.

Coutinho e Cleide fazem parte do grupo de 150 pessoas ligadas ao Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), que invadiu no sábado a Fazenda Alecrim, em Macaubal, no interior de São Paulo, e foi despejado ontem pela Polícia Militar.

O Mast é o mesmo movimento que há uma semana organizou a tentativa de invasão, na Fazenda Ponte Funda, em Presidente Epitácio, quando sete sem-terra foram feridos a bala. De acordo com seus líderes, mais três invasões devem ocorrer nas próximas semanas.

Para a maioria das pessoas despejadas na Alecrim, esta foi a primeira invasão da qual participaram. O cabeleireiro não estava ontem entre os despejados. Havia deixado o acampamento na segunda-feira e voltado a cortar cabelo no salão que possui na cidade, a 40 km da fazenda.

“Quero um pedaço de terra para plantar e viver”, diz. Se conseguir um lote, pretende vender o salão e a casa para comprar um trator e plantar soja.

Conta que já conseguiu ganhar R$ 2.500 por mês como cabeleireiro. Agora, no entanto, o faturamento é de R$ 450. “Quero largar a profissão”, diz.

A desempregada Cleide Galdiolli, que levou a filha de 8 anos para o acampamento, vê a reforma agrária como a saída para seus problemas: “Nesta situação é que não posso ficar.”

Já a aposentada Anésia Leonel, 59 anos, quer um lote para o neto, de 17 anos. “Ele precisa ter um futuro”, diz. Outro sem-terra, um caseiro, de 37 anos, que trabalha num sítio da região e pediu para não ser identificado, também sonha: “Será melhor se conseguir minha terra.”

Boa parte dos invasores mora e trabalha na cidade. Alguns são ex-proprietários rurais, como Dulvilio Lombardi, um dos líderes do Mast.

Para garantir um lugar entre os invasores, eles mantêm, em seus nomes, barracos em acampamentos, mas não moram lá. Coutinho, por exemplo, é dono do salão e de uma casa no centro de Zacarias. Fonte – PSDB.Org.br

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.