03/06/2004 09h34 – Atualizado em 03/06/2004 09h34
O governador Zeca do PT disse, em entrevista ao programa Hora Extra, apresentado pelo jornalista Sérgio Cruz simultaneamente na TVE Regional e FM 104, que as viagens do presidente Lula este ano, à Rússia, Índia e China, inicia “uma etapa estratégica Para um novo modelo de relação internacional”. O governador faz um balanço detalhado da viagem que fez à China, os desdobramentos e o que eles representam para o desenvolvimento da economia de Mato Grosso do Sul.
O governador falou dos contatos que manteve com investidores em Pequim e em Xangai, como a CMEC, grupo de mineração e equipamentos que opera em cinco continentes, com escritórios em 120 países, que ficou interessado no pólo minero-siderúrgico de Corumbá. O pólo é um dos projetos estratégicos de Mato Grosso do Sul, ao lado do pólo gasquímico binacional Brasil-Bolívia e as rotas bioceânicas. Segundo o governador, o primeiro passo para ganhar os mercados do leste asiático é estabelecer um programa de infra-estrutura de logística e transportes, em todos os modais, incluindo linhas aéreas sub-regionais.
Zeca disse que no dia 2 de julho vai conversar com a diretoria da Companhia Vale do Rio Doce para avançar nas discussões sobre a implantação do pólo siderúrgico. Outras conversas serão mantidas com a Rio Tinto, que faz a lavra do minério de ferro em Corumbá. A reunião com a diretoria da Rio Tinto deve acontecer em Londres.
Em Xangai, onde participou de seminários da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o governador manteve contato com dois grupos interessados em comprar soja e mármore. Além dos produtos, segundo o governador, Mato Grosso do Sul pode “vender” o ecoturismo. “O Brasil foi eleito pelos chineses como o destino turístico preferencial, em função da Amazônia. Nossa idéia é incluir nessa preferência também o Pantanal”.
O governador comentou, na entrevista ao programa Hora Extra, que a viabilidade do corredor bioceânico ferroviário é viável e defende o incentivo para a viabilização de um circuito turístico ligando o Trem das Águas (do Pantanal) ao Trem das Nuvens. Zeca lembrou da viagem que fez ao Chile, atravessando a fronteira da Argentina de trem, escalando a Cordilheira dos Andes e atravessando parte do deserto de Atacama até Antofagasta, onde conheceu o complexo portuário de Mijillones.
Nessa viagem, Zeca disse que constatou ser perfeitamente viável a utilização da rodovia para pequenos comboios de carga. “A ferrovia foi construída há 120 anos, não é possível que hoje, com toda tecnologia disponível, não possamos superar os obstáculos”, disse Zeca, que trabalha com a perspectiva de reativar entre os meses de outubro e novembro o Trem do Pantanal.
Fonte:APN