22/07/2004 14h31 – Atualizado em 22/07/2004 14h31
Na instalação da Câmara de Política de Desenvolvimento Econômico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu, ontem, as regras para seu funcionamento. Ele deixou claro que não admite que a nova câmara se transforme num ringue de disputa de poder. “Se for para ser uma Câmara que crie problemas e intrigas pela imprensa, ela vai deixar de existir”, afirmou, segundo ministros que participaram do encontro fechado.
Lula quer evitar que o poder dado ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, de comandar a câmara, acabe provocando algum tipo de ruído na condução da política econômica do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Dirceu cuidará das linhas da política de desenvolvimento, mas não poderá extrapolar a tarefa.
Dirceu entendeu o recado e adotou tom humilde ao garantir que o novo fórum de coordenação dos programas de governo não se pautará por disputas nem por concorrências internas. “Sou mais um facilitador do que um coordenador.”
Um dia após a derrota da equipe econômica – obrigada a desistir do aumento da contribuição previdenciária das empresas para pagar a correção devida a aposentados -, Dirceu insistiu em que sua nova tarefa não se sobrepõe às funções da Câmara de Política Econômica, comandada por Palocci.
Lula abriu a reunião afirmando que a câmara capitaneada por Dirceu não prejudicará o trabalho das outras. O presidente quer neutralizar comentários de que, com a reabilitação pública do chefe da Casa Civil depois do escândalo Waldomiro, teria incentivado a disputa já abafada entre Dirceu e Palocci, institucionalizando a divisão entre desenvolvimentistas e monetaristas dentro do governo.
Fonte:Globo




