22/07/2004 14h53 – Atualizado em 22/07/2004 14h53
O governador Zeca do PT recebeu nesta quinta-feira, em audiência, comissão de colonos do Panambizinho, área que está sendo reintegrada aos guarani-kaiowá. O conflito pela posse da área se arrasta por mais de 10 anos. Hoje 275 índios mantêm vigília próximo às 42 pequenas propriedades no distrito, ameaçando nova invasão caso os colonos demorem a se retirar da área. Durante a audiência, o governador Zeca mandou ligar para o Gabinete do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para pedir rapidez no processo de reassentamento dos colonos.
O governador, juntamente com os deputados federais João Grandão e Antonio Biffi, os secretários Valteci Mineiro (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Longo (Infra-Estrutura), além do superintendente do Incra, Luiz Bonelli, colocou toda a estrutura do governo para a remoção e assentamento dos colonos assim que o governo federal adquirir a Terra do Boi, uma área situada entre os municípios de Caarapó e Juty. Incra, Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Infra-Estrutura vão trabalhar integradas na implantação do assentamento rural. Os colonos foram fixados na área onde estudos antropológicos indicaram que as terras pertenceram aos antepassados dos índios. A fixação na área se deu no ano de 1943. Desde 1995 quando as terras foram reconhecidas como indígenas pelo então ministro da justiça, Nelson Jobim, o clima vive permanentemente tenso na região.
Vários entraves burocráticos retardam o processo, segundo queixas dos colonos, que pediram a definição rápida da compra da área, critérios de distribuição e delimitação das reservas legais. Segundo Amilton Antonio Azevedo, que integrou a comissão formada também pelos produtores Ivo Nunes de Oliveira e Adélsio e Dionésio Marques Costa, os colonos serão indenizados pelas benfeitorias e pela erra, mas levarão muitos anos para se adaptarem à nova área, onde começarão tudo de novo.
O governador Zeca do PT disse que o governo tem a obrigação moral e política de reassentar os colonos do Panambi e oferecer condições para que eles desfrutem de todos os serviços públicos e contem com benfeitorias essenciais em suas novas propriedades. Os colonos manifestaram ao governador a confiança no governo Lula, através do qual foram redobrados os esforços para uma solução definitiva do conflito do Panambizinho. A compra da área em curto prazo é vital para tranqüilizar os colonos. O impasse está na forma de pagamento, tanto das novas terras, quanto da indenização dos produtores a serem desalojados. Pelas regras, o pagamento seria feito em Títulos da Dívida Agrária (TDA`s).
Fonte:APN
