23/07/2004 15h38 – Atualizado em 23/07/2004 15h38
O presidente do Banco Central Henrique Meirelles e Augusto Candiota, da diretoria de política monetária do mesmo BC, esconderam da Receita Federal bens no exterior. A denúncia é da revista IstoÉ. Os dois estão sendo investigados por suspeita de sonegação, omissão fiscal e evasão de divisas.
Na era Itamar Franco, o Banco Central era chamado de “caixa-preta” pelo então presidente da República. Menos pela arquitetura indevassável de sua sede em forma de caixote, cujo interior é protegido por espessos vidros negros, e mais pela autonomia da cúpula da instituição que mantém segredos econômicos trancados a sete chaves.
Os discretos dirigentes do BC – a maioria egressa do mercado financeiro – em suas raras aparições públicas têm um padrão de comportamento e procuram exibir um ar austero e reservado. Pelo menos uma vez por mês ficam na berlinda nas famosas reuniões do Conselho de Política Monetária (Copom), que decide a taxa de juros do País.
Agora os dois nomes mais importantes do Banco Central – o presidente, Henrique Meirelles, e o diretor de política monetária, Luiz Augusto de Oliveira Candiota – estão sendo observados de perto e, desta vez, não é só pelos economistas. Os dois estão sendo investigados por suspeita de sonegação fiscal e outros crimes tributários. Meirelles se enrolou na declaração do Imposto de Renda relativa ao ano de 2001.
Sob o argumento de que morava no Exterior, ele simplesmente não apresentou sua declaração, o que é permitido a não-residentes no Brasil. Mas o problema é que em 2001 Meirelles declarou à Justiça Eleitoral que já estava residindo em Goiás, cumprindo a primeira exigência para se candidatar a deputado federal nas eleições do ano seguinte. Meirelles, um homem de R$ 100 milhões, também apresentou versões diferentes de seu patrimônio à Receita e ao Tribunal Regional Eleitoral.
Já Candiota não declarou movimentações financeiras em uma conta em Nova York. A dupla está sob a lupa do Ministério Público e da CPI do Banestado, que pode readquirir musculatura com a chegada de uma nova base de dados de um banco nova-iorquino utilizado como uma megalavanderia de dinheiro sujo vindo da América do Sul: o MTB Bank, sediado no coração financeiro de Manhattan, que tem milhares de operações bancárias sendo analisadas e trocou de nome para CBC depois de ser investigado nos EUA. Fonte Quadranews




