23/07/2004 09h27 – Atualizado em 23/07/2004 09h27
Com uma expansão na área plantada e incremento de produtividade, o Brasil deve colher 63,5 milhões de toneladas de soja na safra 2004/05, volume 29% maior que o registrado na temporada passada, informou a Agência Rural nesta quinta-feira.
Porém, gastos maiores com fungicidas e o aumento nos preços de fertilizantes devem fazer com que muitos produtores tenham a menor rentabilidade dos últimos três anos, previu a consultoria em um relatório.
Em sua primeira estimativa para a próxima safra, a Agência Rural projetou a área plantada com soja em 22,7 milhões de hectares, com aumento de 7% em relação aos 21,3 milhões semeados em 2003/04.
“Esse crescimento deve ocorrer em função da abertura de novas áreas nas fronteiras agrícolas, da semeadura em áreas originalmente dedicadas a pastagens e do ganho de espaço sobre outras culturas”, informou a consultoria.
No Mato Grosso, principal Estado produtor de soja, a área com a oleaginosa deve passar de 5,3 milhões de hectares na 2003/04 para 6 milhões de hectares. A produção no Estado deve atingir cerca de 17 milhões de toneladas, ante 14 milhões.
Mas a expansão na produção brasileira deve vir principalmente por meio do aumento da produtividade. A consultoria estima 2.800 quilos (46,7 sacas) de soja por hectare, ante 2.315 quilos (38,6 sacas) na safra 2003/04, quando perdas graves foram provocadas pelo clima e por doenças como a ferrugem asiática.
Segundo a consultoria, o aumento não será superior porque normalmente o rendimento agrícola é menor em áreas novas. Além disso, a ferrugem segue presente em praticamente todas as regiões do país.
O número da consultoria está um pouco abaixo do divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que este mês manteve sua previsão de 66 milhões de toneladas para a safra brasileira.
MENOR RENTABILIDADE
Com o aumento da safra e consequente incremento nos custos de produção, os gastos com fungicidas devem chegar a seis sacas por hectare, e houve um adicional de 30% nos preços dos fertilizantes.
“No momento, o clima é de desânimo no centro-oeste”, disse a consultoria, referindo-se à principal região produtora de soja do Brasil.
Com um custo próximo a US$ 500 por hectare, arrendatários do centro-oeste poderão ter prejuízo se a produtividade for inferior a 50 sacas por hectare, calcula a Agência Rural.
Fonte:Reuters Investor




