28/07/2004 18h02 – Atualizado em 28/07/2004 18h02
A análise realizada pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) apontou que 100% do leite in natura distribuído na Cidade apresentam algum tipo de contaminação.
No total foram coletadas 21 amostras, no início do mês, nas quais 100% apresentaram o número de bactérias coliformes acima dos valores normais. A analise também constatou a presença de coliformes fecais em 95% das amostras, ou seja, das 21 apenas uma não apresentava bactérias encontradas restritamente nas fezes de animais e humanas.
A veterinária do Iagro, Márcia Cristina Barbosa Lanza, explicou que o esperado em qualquer tipo de leite é a ausência desse tipo de bactéria. “A presença de coliformes fecais aponta o risco de transmissão de doenças, como as toxinfecções alimentares, que pode ser fatal a crianças, idosos e portadores do vírus HIV”. As toxinfecções são diagnosticadas pela presença de diarréia e vômito.
Além da contaminação, a analise comprovou também a presença de água em 52,38% das amostras. Os números mais altos encontrados foram de 10% e 4% de água adicionada.
Quatro amostras também apontaram número de acidez acima do esperado. Isso se deve pela multiplicação acelerada dos microorganismos presentes, quando exposta em temperaturas altas, o que faz com que o leite azede.
Márcia explicou também que esses microorganismos encontrados são resultados da falta de higiene, desde a ordenha até a distribuição desse leite nas casas. Outro ponto levantado pela veterinária foi que além das toxinfecções, o leite in natura também corre o risco de passar brucelose e tuberculose. “Por isso a importância da pasteurização do leite, pois ela destrói o microorganismo mais difícil, que é o da tuberculose”.
LEITEIROS
A análise foi realizada a partir de uma solicitação do Promotor de Justiça, Fernando Marcelo Peixoto Lanza para avaliar a qualidade do leite de “Canequinha”. Estimasse exista cerca de 300 leiteiros em Três Lagoas. Por enquanto a questão do leite in natura está em fase de negociação, já que os leiteiros pediram maior prazo ao Ministério Público para que eles possam criar meios de pasteurizar o leite antes de ser vendido.
