30/07/2004 07h51 – Atualizado em 30/07/2004 07h51
A formação de consórcios rurais é a nova estratégia que produtores estaduais estão adotando para ganhar mais competitividade no seu segmento. Unindo produção, o volume de grãos ofertados conquista melhores preços no mercado e em contra-partida, na hora de comprar insumos, o poder de barganha, pela quantidade adquirida, resulta em uma economia, individual (cada condômino), de até 15%.
A idéia inicial era unir forças entre produtores na pessoa física, mas com resultados positivos no cenário nacional, há dois anos a explosão deste tipo de parceria passou a congregar grandes produtores de grãos e fibras. “Saindo do mercado de balcão, exemplo da soja, as vendas possibilitaram, na alta que a commoditie registrou no primeiro semestre, ganhos de até R$ 5 reais por saca”, salienta o coordenador de Cursos e Projetos da Fundação Getúlio Vargas, Mauro Rezende Lopes.
Lopes informa que devam existir no Estado, dois consórcios com foco na comercialização e três na armazenagem. “Boa parte deles iniciam no Mato Grosso formação para oferecer condições de armazenagem, um problema para esta grande fronteira agrícola, mas depois crescem e objetivam o mercado internacional, como está acontecendo com o Celeiro do Norte, em Sorriso”, aponta Lopes. O Condomínio entrega este mês o último volume de soja comercializado com traders internacionais. Serão 7 mil toneladas neste primeiro ano e um total de US$ 1,8 milhão.
Não há um número exato que indique quantas formações neste molde existam no Estado, mas segundo Lopes, no país há cerca de 90 condomínios (maior concentração é em Santa Catarina) e “a cada semana são formados três novos no Brasil”, revela.
Com esta média de crescimento, o consultor do Condomínio Celeiro do Norte, em Sorriso (420 quilômetros ao Norte de Cuiabá), Rogel Antônio Lunardi Motta, analisa que quando o total de condomínios chegar a 200, o volume de produção alcançará o montante nacional desta safra de soja, cerca de 50 milhões de toneladas. “Os 200 estarão produzindo toda a safra do grão, considerando o volume do ciclo atual, 2003/04”, aponta.
Lopes, explica que hoje pode-se dizer que a metade da safra brasileira de soja é comercializada via condomínio. Os 80 mil ha que constituem o Celeiro do Norte correspondem a 0,06% da safra de soja brasileira. Sorriso é o maior produtor nacional da oleaginosa. A previsão é de que a partir de outubro sejam cultivados 640 mil ha e que na safra 04/05, sejam colhidas 2 milhões toneladas.
Fonte:Diário de Cuiabá




