05/08/2004 16h34 – Atualizado em 05/08/2004 16h34
A conclusão dos 27 planos de avaliação feitos por empresas no Brasil poderá não só duplicar as reservas de petróleo do país, como também triplicar as de gás até o fim de 2006. A afirmação é do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Sebastião do Rego Barros, que travou, juntamente a outros diretores do órgão regulador, uma luta para que o Tribunal de Contas da União aprovasse a extensão do prazo para que as companhias terminassem seus estudos.
O diretor da ANP Newton Monteiro concorda com as previsões de Rego Barros. Ele lembra que hoje as reservas de óleo no país estão em torno de 10 bilhões de barris, enquanto as de gás somam cerca de 236 bilhões de metros cúbicos. Com o desenvolvimento dos novos campos de gás descobertos pela Petrobras, especialmente na Bacia de Santos, a tendência é de que o Brasil fique ao menos em uma “situação confortável” em relação a outras regiões do mundo.
Atualmente, as maiores reservas de gás estão concentradas na Rússia (47,37 trilhões de metros cúbicos) e no restante do Leste europeu. Com o aumento das reservas brasileiras, o país poderá ficar pronto para atender ao crescimento da demanda no futuro.
- Só as descobertas de Santos não bastam para que isso aconteça, mas podem sinalizar para a existência de mais gás no país – diz Rego Barros – durante um almoço promovido para a inauguração da sede da Câmara de Comércio Americana, em Macaé.
Entre as principais descobertas da Petrobras na Bacia de Santos está o campo de Mexilhão, no bloco BS-400. A Petrobras, que até o final de 2006 apresentará uma análise mais completa sobre Mexilhão, estima a existência de reservas de 400 bilhões de metros cúbicos de gás no campo.
Em entrevista ao Globo Online, o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, disse não haver um prazo para que o gás comece a ser produzido, mas afirmou que o projeto será viabilizado “o quanto antes”.
Por enquanto, a estatal esbarra em um problema de escoamento da produção, em função da falta de gasodutos. A área de E&P da empresa já conversa com a diretoria de gás sobre as possibilidades existentes, mas descarta a produção de gás natural liquefeito para exportações aos EUA.
- O gás de Santos é de tal forma importante que vai modificar a matriz energética brasileira, que está sendo redesenhada pelo governo. Se a gente se comprometer agora com a exportação de GNL poderemos interferir nesta remontagem – afirmou Estrella, em entrevista ao Globo Online.
Fonte:Globo Online



