05/08/2004 17h12 – Atualizado em 05/08/2004 17h12
O mercado revendedor do gás de cozinha (GLP) em Três Lagoas é território da clandestinidade. Instaladas em residências, oficinas, depósitos de bebidas e até açougues, as revendas irregulares têm sido as maiores responsáveis pela guerra de preços que se instalou no setor desde a liberação dos valores ao consumidor, em maio de 2.001. Os comerciantes regularizados reclamam da queda de 20% no volume vendido e até 40% no faturamento. Em média o botijão é vendido nas regularizadas por R$ 32,00 e nas clandestinas R$ 25,00. As companhias engarrafadoras/distribuidoras também se mostram insatisfeitas. Pela Lei são co-responsáveis pelo comércio do produto, podendo ser multadas em caso de acidentes causados pelos clandestinos. E o consumidor – que tem a sensação de estar fazendo um ótimo negócio ao comprar o gás por um preço menor – muitas vezes leva para casa um botijão com bem menos de 13 quilos.
PONTOS DE VENDA
Segundo estimativa do Corpo de Bombeiros de Três Lagoas existe cerca de 350 pontos de venda espalhados pela Cidade e funcionando regularmente. Quanto as irregulares, o Comandante do Corpo de Bombeiro Militar Major Luiz Fernando Rolon, não soube informar. Em entrevista ao Diário MS, Rolon disse que a partir de outubro estarão “investidos” de poder de polícia para autuar e prender os vendedores clandestinos de gás. Rolon esclareceu que cada residência pode armazenar até cinco botijões de gás, o que for excedente é considerado irregular. “Só podemos agir contra as irregularidades se houver denuncia”, comentou.
PROLIFERAÇÃO
Ainda de acordo com Rolon, foram as próprias distribuidoras e revendas regularizadas que começaram a disseminar os pontos clandestinos. As companhias mais antigas não queriam perder mercado para as novatas, que por sua vez desejavam ampliar seu espaço. Os revendedores também aderiram aos irregulares para não ver seus negócios caírem.
O gerente de uma revenda na periferia de Três Lagoas confirma que o controle sobre os clandestinos foi perdido. “O revendedor irregular atrapalha o mercado como um todo. Canso de ver exemplos de comércio ilegal todos os dias”, afirma.
PERIFERIA
O Corpo de Bombeiro lembra que se existe acidente por armazenamento inadequado a marca também é responsabilizada. Segundo ele, o comércio ilegal do GLP também faz com que as empresas percam o controle sobre a qualidade dos seus produtos. A grande maioria dos pontos irregulares está instalada nos bairros de periferia. Basta uma rápida volta para encontrar os botijões sendo vendidos em residências, bares, mercadinhos, depósitos de bebidas e até em um depósito de material de construção. O CB lembra ainda que para ser um revendedor regularizado é preciso ter credenciamento junto ao distribuidor, alvará de funcionamento expedido pela prefeitura, licença de operação dada pela e certificado do Corpo de Bombeiros e a partir de outubro deverão ter CNPJ.



