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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Presença no Iraque no centro de campanha nos EUA

10/08/2004 16h33 – Atualizado em 10/08/2004 16h33

A promessa formulada pelo candidato democrata à Casa Branca, John Kerry, de reduzir o número de soldados americanos no Iraque reacendeu o debate sobre esta guerra, em meio à campanha presidencial para as eleições do dia 2 de novembro.

Pressionado para apresentar uma alternativa clara à posição do atual presidente republicano George W. Bush, Kerry prometeu na semana passada diminuir “de forma significativa” o número de militares americanos no Iraque – atualmente 138 mil – até o mês de agosto de 2005.

O senador por Massachusetts explicou que queria intensificar as relações diplomáticas para acelerar e aumentar a ajuda fornecida por outros países, principalmente para formar as forças de segurança iraquianas. “Pretendo envolver novos atores neste esforço, e estou convencido de que posso ter mais sucesso nisto que o presidente Bush”, afirmou o candidato democrata na segunda-feira.

Os republicanos também prometeram chamar os soldados de volta assim que for possível, mas não adiantaram qualquer data para esta retirada.

“Nossa missão é instaurar um Iraque democrático, e ficaremos lá até que este objetivo seja alcançado”, declarou Bush na sexta-feira passada.

Segundo uma pesquisa do Instituto Gallup divulgada há pouco mais de uma semana, os americanos confiam tanto em Kerry quanto em Bush para resolver a questão iraquiana. No entanto, 42% dos entrevistados consideraram que Bush tinha uma visão clara do futuro do Iraque, contra apenas 38% que pensaram o mesmo de Kerry.

A maioria dos americanos reprova a política do presidente republicano para o Iraque, e quase a metade dos eleitores considera hoje que a invasão do país árabe em março de 2003 foi um erro. Porém, Kerry não consegue capitalizar estas percepções negativas de seu adversário em votos.

O senador democrata havia votado a favor da guerra, mas não o fez o mesmo em relação ao orçamento suplementar de US$ 87 bilhões destinado ao conflito e à reconstrução do Iraque e do Afeganistão, para protestar contra a maneira do governo de lidar com o conflito. Os republicanos se aproveitam desta contradição para apresentar o candidato democrata como leviano e inconstante.

Enquanto a ala de esquerda do Partido Democrata pede uma retirada pura e simples do Iraque, Kerry mencionou em diversas ocasiões os riscos de abandonar um Estado instável no Oriente Médio.

O democrata veterano da guerra do Vietnã não entrou em detalhes sobre a melhor forma de reduzir o contingente americano no Iraque preservando a estabilidade do país.

Na segunda-feira, Kerry tratou de explicar que esta diminuição dependerá da segurança no terreno, e dos progressos diplomáticos americanos.

“Se a situação piorar, a redução do número de soldados será mais lenta”, declarou o conselheiro de Kerry para política externa, James Rubin.

Na opinião dos republicanos, a posição de Kerry é incoerente. “Determinar uma agenda artificial constitui uma promessa puramente eleitoral”, criticou Terry Holt, porta-voz do Estado-Maior de campanha de Bush.

Fonte:AFP

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