18/08/2004 09h25 – Atualizado em 18/08/2004 09h25
A Câmara abre hoje a exposição “Para que não se esqueça: o triunfo sobre a escravidão”, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A mostra, composta por 32 painéis, foi criada pelo Centro Schomburg de Pesquisa da Cultura Negra, de Nova Iorque, em conjunto com o projeto “A Rota do Escravo”, idealizado pela Unesco como marco da proclamação pela Organização das Nações Unidas (ONU) do Ano Internacional de Comemoração das Lutas contra a Escravidão e sua Abolição.
A solenidade de abertura está marcada para as 11 horas, no hall da Taquigrafia da Câmara, e conta com a participação da secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ministra Matilde Ribeiro; do representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein; e do deputado Luiz Alberto (PT-BA), coordenador da Frente Parlamentar da Igualdade Racial.
História
A exposição documenta a experiência dos povos africanos escravizados nas Américas, por meio da reconstituição histórica do início do sistema escravista americano até as manifestações mais contemporâneas da arte africana e afro-descendente. Além disso, usa o exemplo de luta dos escravos para estimular valores como o potencial humano de sobreviver e desenvolver-se sob condições desumanizadoras; e a capacidade de confronto e transcendência da opressão.
Os 32 painéis da exposição estão divididos em nove temas, com os seguintes títulos:
1 – Um povo novo;
2 – A África: A Longa Marcha;
3 – O Comércio Escravista Transatlântico;
4 – O Trabalho Escravo e o Sistema Escravista nas Américas;
5 – A Luta contra a Escravidão e sua Abolição;
6 – Vida Familiar e Desenvolvimento Social;
7 – Religião;
8 – Língua, Alfabetização e Educação; e
9 – Cultura Expressiva.
Triste marcha
Entre 1500 e 1860, milhões de africanos foram capturados, escravizados e transportados para o outro lado do Atlântico, onde tornaram-se a força de trabalho dominante nas economias coloniais euro-americanas. Para a maioria desses africanos, o processo de escravidão iniciava-se no interior do litoral ocidental da África. Alguns foram capturados em guerras e vendidos de um comerciante a outro até chegarem à costa Atlântica. Outros eram raptados ou escravizados por dívidas, ou acusados de crimes.
Todos eram obrigados a marchar do interior sob a mira de armas, em grilhões, e ficavam presos em fortalezas ou em outros “depósitos” até que fossem vendidos e embarcados. Embora milhões deles morressem na viagem, os outros milhões que sobreviveram construíram as bases da experiência africana nas Américas.
Fonte:Câmara online




