19/08/2004 13h37 – Atualizado em 19/08/2004 13h37
O senador Delcídio do Amaral acredita em um bom desempenho do PT nas eleições municipais deste ano . Em entrevista ao programa Roda Viva MS, exibida pela TVE Regional na noite de terça-feira, que vai ser reprisada às 23 h deste domingo, Delcídio disse que o partido tem tudo para conquistar pelo menos vinte prefeituras em 3 de outubro.
- Temos candidatos fortes nos maiores municípios, inclusive Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Corumbá, e em várias outras cidades de pequeno e médio porte. Além disso, graças à administração do governador Zeca do PT, o estado passa por seu melhor momento, com as contas em dia e vários investimentos em infra-estrutura.Na esfera federal, depois de um ano de dificuldades por causa do ajuste nas contas públicas, os números da economia comprovam que o presidente Lula está no caminho certo e a aprovação do governo volta a crescer. Por tudo isso, eu não tenho dúvidas de que vamos dobrar a quantidade de prefeitos do PT em Mato Grosso do Sul e não ficarei surpreso se o número chegar a 30 – afirmou o senador.
LIDERANÇA DO PT NO SENADO
Na entrevista, da qual participaram os jornalistas Lucimar Couto (Campo Grande News), Marcos Anelo (TV Morena), Sérgio Cruz (Jornal Primeira Hora/TV E Regional) e Victor Barone ( Jornal O Estado ), Delcídio confirmou as articulações que ocorrem em Brasília para que ele assuma a liderança do PT e dos partidos aliados no Senado. O senador credita essa possibilidade ao trabalho desenvolvido em apenas um ano e meio de mandato, em que relatou com sucesso inúmeros projetos polêmicos , entre eles o dos transgênicos, a contratação de cargos comissionados para a estrutura administrativa do Governo e a Medida Provisória que criou as regras do setor elétrico.
- Além disso, por meu temperamento conciliador e diálogo constante com os parlamentares do governo e da oposição, acho que de certa forma contribuí para que tivéssemos um ano relativamente tranqüilo no Senado – acredita Delcídio.
O senador sul-mato-grossense deixou claro, porém, que a mudança da liderança do PT no Senado, atualmente exercida pela senadora Idely Salvatti, de Santa Catarina, só vai ocorrer em janeiro, dentro de um processo natural do PT, onde o cargo é exercido durante um ano.
Delcídio explicou que o líder de um partido no Senado é uma peça chave na discussão dos principais problemas do país porque participa de todas as articulações com o governo e a oposição, podendo influenciar diretamente nas decisões que repercutem no dia-a-dia do cidadão. Ele ressaltou a importância de um parlamentar de Mato Grosso do Sul conquistar o posto, o que pode trazer inúmeros benefícios para o estado, entre eles mais recursos e novos projetos.
GÁS E DESENVOLVIMENTO
Delcídio revelou que o Ministério das Minas e Energia e as companhias de gás de Mato Grosso do Sul e Goiás já concluíram os estudos para a implantação de um ramal que vai levar o gás natural de Campo Grande até Goiânia e Brasília, passando pelos municípios da região norte do estado, entre eles Coxim e Rio Verde. Ele explicou que os recursos para a construção do ramal já foram garantidos, faltando apenas acertar os detalhes do projeto.Outra derivação do Gasoduto Bolívia-Brasil deve levar o gás para Dourados (MS) , Londrina e Maringá, no Paraná. Esse ramal encontra-se em fase de estudos de viabilidade econômica por parte da Petrobrás.
Ao comentar no Roda Viva os projetos estratégicos , Delcídio ressaltou que o estado vive um novo momento na área econômica e disse que a implantação dos pólos gás-químico e mínero-siderúrgico, na região de fronteira com a Bolívia, vão representar um marco no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, gerando milhares de empregos, aprimoramentos na área de infra-estrutura e melhor qualidade de vida para a população.
Delcídio destacou também a importância da instalação da empresa Univen Petroquímica, do grupo paulista Vibrapar, em Campo Grande, que vai trabalhar na transformação do condensado de petróleo em gasolina, nafta e óleo diesel.Ele explicou que a refinaria em Campo Grande não concorre com o pólo gás-químico em Corumbá, porque ambos vão produzir materiais diferentes, com destinações diferentes.
O senador disse , porém, que os projetos que utilizam o gás natural, como o pólo gás-químico e o minero siderúrgico, vão exigir um grande esforço de qualificação de mão-de-obra, para atender as necessidades das empresas que virão para Mato Grosso do Sul.
- O grande desafio é capacitar a mão-de-obra para não termos que trazer pessoas de fora. O estado precisa se preparar com relação a isso – alertou.




