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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Vitórias marcam um ano de existência do G-20

21/08/2004 10h15 – Atualizado em 21/08/2004 10h15

Um ano depois da formação do G-20 já há muito a comemorar, avaliam deputados do PT. O G-20 é o grupo de países que se reuniram para pressionar Estados Unidos e União Européia a cumprir os acordos previstos na Declaração Ministerial de Doha, sobretudo no que se refere aos subsídios agrícolas.

Liderado por Brasil e Índia, o grupo, na avaliação desses petistas, pode contribuir decisivamente para mudar o mapa geopolítico mundial.Duas vitórias recentes do Brasil na queda-de-braço com os poderosos Estados Unidos e União Européia dão mostra do potencial de negociação que se abriu a partir da formação do grupo. Em julho último, a Organização Mundial do Comércio (OMC) reconheceu a queixa do Brasil contra os subsídios europeus à exportação de açúcar.

Na ocasião, o chanceler Celso Amorim classificou como “históricos” os resultados das negociações, que inclusive garantiram a continuidade da rodada Doha.Um pouco antes da decisão da OMC relativa ao açúcar, o Brasil conseguiu impor seus argumentos contra os EUA no caso dos subsídios bilionários daquele país ao algodão.Tudo isso é fruto da união brasileira com outros países emergentes, que começou em agosto de 2003 em Cancún, México. “O maior ganho que temos até agora é o de não negociar separado”, resumiu o deputado Doutor Rosinha (PT-PR), que preside a seção brasileira da Comissão Parlamentar conjunta do Mercosul.

Segundo o deputado, as iniciativas do governo brasileiro em ampliar o Mercosul para a América Latina, aliadas às tratativas do Mercosul com a União Européia, poderão interferir no processo histórico, a ponto de definir não só uma nova geografia comercial, mas também “a conquista de posições soberanas de negociação”.Força real

“Todas essas articulações que o Brasil tem estabelecido e liderado na formação de blocos mostram que juntos ganhamos força real”, afirmou a deputada Maninha (PT-DF), ao lembrar das conquistas brasileiras na OMC e também na Alca (Área de Livre Comércio das Américas), cujas imposições estadunidenses têm sido questionadas pelo governo brasileiro.

Para Maninha, juntar países que têm um elo comum para negociar acaba por fortalecer a posição individual do país.O G-20 resgata a visão plural das negociações comerciais entre as nações, acredita o deputado Carlito Merss (PT-SC). “Trata-se de um processo de articulação entre países que não aceitam a postura unilateral dos Estados Unidos, que por serem a grande potência formada com o fim da Guerra Fria, tentam transformar o resto do mundo em joguete”, definiu. Para Merss, a iniciativa brasileira de buscar interesses comuns entre várias nações poderá resultar numa mudança significativa no mapa geopolítico mundial.Como foi em agosto do ano passado, em Cancún (México), Brasil, Argentina, China e Índia se uniram a outros países em desenvolvimento para criar o G-20. Isso aconteceu um pouco antes da V Reunião Ministerial da OMC, realizada entre os dias 10 e 14 de setembro.

Participam do G-20 países como África do Sul, China, Cuba, Egito, Filipinas México, Nigéria, Paquistão, Paraguai e Venezuela.Durante o Fórum Social Mundial ocorrido na Índia em janeiro deste ano, movimentos sociais e ONGs citaram o G-20 como principal aliado na luta contra a hegemonia dos Estados Unidos. Segundo o site Carta Maior, essas entidades consideram o grupo “obstáculo à agenda americana”.

Fonte:Pantanal News

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