25/09/2004 11h23 – Atualizado em 25/09/2004 11h23
Midiamax News
O contraste de cores proporcionado pelo encontro das águas do rio Paraguai com as águas de suas baías marginais é um espetáculo da natureza que já pode ser observado nos arredores da estação de captação de água, no município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. O evidente encontro das águas mais escuras da baía de Cáceres, via o Canal do Tamengo, com as águas mais barrentas do rio Paraguai, trata-se, na verdade, de um “reencontro”, segundo explica o hidrólogo Sérgio Galdino, pesquisador da Embrapa Pantanal.
Galdino observa que, durante o período de enchente do Rio Paraguai, quando o nível das suas águas encontra-se em elevação, o rio fornece água para suas baías marginais. Isso ocorre, normalmente, na região de Corumbá e Ladário entre os meses de novembro/dezembro a maio/junho. “Após atingir o seu nível máximo anual, também conhecido por pico de cheia, o nível das águas do Rio Paraguai começa a baixar, dando início ao período de vazante, que se estende até o final do ano”, ressalta o pesquisador, destacando ainda que, nessa fase, parte das águas das baías tende a retornar a calha do Rio Paraguai.
Essa troca de águas entre o Rio Paraguai e suas baías marginais favorece a regularização dos níveis do Rio Paraguai. Evitando rápidas elevações dos níveis do rio, durante a fase de enchente, bem como diminuições mais severas dos níveis do Rio Paraguai, na sua fase de vazante, complementa o pesquisador. O período mais favorável para a observação do reencontro das águas na região de Corumbá, é nas manhãs ensolaradas dos meses de agosto a outubro. No trecho do Rio Paraguai, localizado no Estado de Mato Grosso, que fica mais acima de Corumbá, esse fenômeno tende a ocorrer mais cedo.
