27/09/2004 16h56 – Atualizado em 27/09/2004 16h56
Terra
O calor dos últimos dias, em São Paulo, além dos inconvenientes das altas temperaturas, também trouxe a presença em massa de mosquitos e pernilongos. No domingo passado, os termômetros marcaram 35,3ºC, o dia mais quente do ano na capital. Segundo a gerente de uma empresa de dedetização, que pediu para não ter o nome citado, as chamadas para resolver problemas devido ao excesso de mosquitos aumentaram cerca de 30% em setembro, e se tornaram o serviço mais solicitado da empresa.
“Todo ano é assim. Quando chega o calor, a região de Pinheiros e os outros bairros perto da marginal ficam insuportáveis por causa de tantos mosquitos”, diz José Ferreira, gerente de uma outra empresa do ramo dedetizador. Para Ferreira, neste ano a incidência de mosquitos e pernilongos está bem maior do que nos anteriores.
De acordo com o médico Hélio Neves, coordenador municipal de vigilância em saúde, o parasita que está atormentando os paulistanos é o mosquito Culex quinquefaciatus, o popular pernilongo.
Neves afirma que a principal área de reprodução do mosquito é o rio Pinheiros, que possui um ambiente ideal para sua procriação: água parada, suja e com grande concentração de matéria orgânica. Os bairros próximos ao rio são os mais afetados. Ele diz que a saúde da população não corre riscos. O único problema é realmente o incômodo das picadas.
Segundo a Secretária de Saúde, a prefeitura realiza diariamente o combate do parasita nos 52 km de margens do rio Pinheiros. Mesmo assim, a prefeitura reconhece que o trabalho tem sido insuficiente.
Neves acusa a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), que cuida atualmente do rio Pinheiros, de não estar realizando periodicamente a limpeza do Rio. Ele afirma que quando aumenta a concentração de matéria orgânica no rio, as condições de reprodução ficam ainda mais propícias, além de dificultar o combate.
A Emea foi procurada pela reportagem, mas até a publicação da matéria não havia respondido à solicitação de entrevista.