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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Entidades ligadas aos pecuaristas exigem mudanças no Sisbov

28/09/2004 08h01 – Atualizado em 28/09/2004 08h01

Midiamax News

Representantes das principais entidades de pecuaristas do País, reunidos em Brasília, decidiram exigir do governo urgentes modificações no Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina). Coordenados pelo Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), os pecuaristas reivindicam o fim da obrigatoriedade da adesão ao Sisbov, a adoção de um sistema de rastreabilidade por propriedade e não por animal, como prevê o Sisbov, além de uma desburocratização que torne o sistema de custo acessível a todos os produtores.

O Fórum reconhece que a rastreabilidade nas cadeias produtivas de alimentos é uma tendência mundial, tornando-se requisito para acesso aos mercados, mas argumenta que o mercado deve ser o balizador de qualquer sistema de certificação. “Cabe ao poder público zelar pela segurança da produção e dos consumidores, bem como, fomentar o desenvolvimento das cadeias agroindustriais, com um mínimo de interferência e ônus ao sistema produtivo”, diz o documento divulgado ao final do encontro.

Para os membros do Fórum, a rastreabilidade implica aumento dos custos de produção, sem que isso signifique, necessariamente, melhores preços pelo produto final – o boi gordo. O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, Antenor Nogueira, diz que da forma como está sendo implantado o Sisbov provoca perda de renda para o produtor, principalmente porque a pecuária está passando por um processo de redução de preços em plena entressafra. De janeiro a julho, segundo ele, os preços da arroba do boi caíram 0,86%, embora os COT (Custos Operacionais Totais) da atividade tenham aumentado 6,9%.

Conforme Antenor Nogueira, é necessário considerar as carcterísticas de cada região e de tipo de criação no momento de exigir a rastreabilidade do rebanho. Segundo ele, além do aumento do custo de produção, o sistema gera também dificuldades no manejo do gado, principalmente no embarque e desembarque dos animais.

Referindo-se ao aparecimento de focos de aftosa no Pará e no Amazonas, o Fórum também reivindicou do governo a implementação de uma plano efetivo de erradicação da doença na Amazônia e no Nordeste, nos moldes recomendados pelo Centro Panamericano de Febre Aftosa. Antenor Nogueira argumenta que, diante da notícia de um foco da doença, o mercado internacional nunca leva em conta se este está próximo ou distante das áreas declaradas livres de aftosa.

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