30/09/2004 15h34 – Atualizado em 30/09/2004 15h34
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No dia 27 de setembro comemorou-se o Dia Nacional do Idoso e para lembrar a data a Libbs Farmacêutica lançou o pocket-book Depressão em idosos: Guia para diagnóstico e conduta. O livro, dirigido à comunidade médica, foi escrito pelo psiquiatra Dr. Alberto Stoppe Júnior, coordenador do PROTER (Projeto Terceira Idade) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. De acordo com o psiquiatra, “em razão do aumento da expectativa de vida em todo o mundo, tem-se verificado uma elevação progressiva do número de idosos na população. Com esse envelhecimento da população, aumenta a incidência de doenças próprias da idade, como é o caso da depressão. Por diversos motivos, porém, a depressão em idosos tem sido pouco diagnosticada e tratada e esta é uma situação grave”.
Segundo o NIH Consensus Development Panel on Depression in Late Life, a depressão chega a atingir 15% da população de idosos nos países desenvolvidos; nos países em desenvolvimento, esse número pode ser ainda maior. Muitos médicos, porém, têm dificuldade em reconhecer a depressão nos idosos, pois geralmente a doença está associada a algum problema físico, doença ou incapacitação. Solidão, convívio com doenças crônicas, dependência financeira, morte de pessoas próximas, perda de autonomia e falta de atividade são alguns dos motivos que podem levar à depressão na velhice. “Com o envelhecimento, existe maior número de doenças crônicas e medicações para tratá-las. Por isso, o idoso fica particularmente vulnerável à depressão”, comenta Dr. Alberto Stoppe.
Como nos adultos mais jovens, a doença também pode ocasionar a diminuição do apetite, perda de peso, dificuldades com concentração e memória, declínio da auto-estima e pensamentos recorrentes de doença e morte. A família, nesses casos, tem o papel fundamental de incentivar a busca por tratamento quando notar alguns dos sintomas clássicos, como falta de disposição, tristeza e perda de entusiasmo, e não deve atribuir esses sentimentos como sendo próprios da idade. “Todo paciente idoso deprimido deve ser avaliado quanto ao risco de depressão e receber tratamento adequado para a melhoria do quadro. Mesmo os sintomas depressivos mais leves não devem ser negligenciados, pois implicam em piora na qualidade de vida e até aumento do risco de mortalidade”, alerta Dr. Alberto.
O tratamento pode combinar o uso de antidepressivos e psicoterapia, mas a escolha do medicamento deve ser criteriosa, pois os idosos são mais vulneráveis aos seus efeitos colaterais. Por serem muitas vezes polimedicados, apresentarem doenças concomitantes e terem alterações no metabolismo dos remédios por causa da idade, pacientes idosos toleram menos os efeitos adversos dos antidepressivos, o que pode levar ao abandono do tratamento.