30/09/2004 15h13 – Atualizado em 30/09/2004 15h13
AFP
O grupo farmacêutico norte-americano Merck anunciou hoje a retirada do mercado de um de seus medicamentos mais vendidos, o antiinflamatório Vioxx, pois aumenta o risco de crises cardíacas, segundo um comunicado da empresa.
“Decidimos agir desta forma porque acreditamos que é de interesse dos nossos pacientes”, disse Raymond Gilmartin, diretor-executivo do Merck.
O grupo decidiu retirar o medicamento, comercializado no Brasil, depois de três anos de estudos clínicos que mostraram que os pacientes tratados com Vioxx por mais de 18 meses correm mais riscos de ter problemas cardíacos do que os que tomaram um placebo.
A agência federal americana de controle de remédios e alimentos (Food and Drug Administration, FDA) considerou que o Merck “tomou a decisão correta” ao retirar o Vioxx do mercado. “O Merck tomou a decisão certa ao informar rapidamente a FDA sobre suas conclusões e ao retirar voluntariamente o produto do mercado”, informou o organismo num comunicado.
“Embora pensemos que teria sido possível continuar com as vendas de Vioxx, destacando esta informação na embalagem, decidimos que retirá-lo do mercado é o que cabe fazer, em vista da quantidade de terapias alternativas que existem e as dúvidas que geram estes dados (sobre seus riscos)”, declarou Gilmartin.
As vendas do medicamento em 2003 geraram US$ 2,5 bilhões para o Merck em todo o mundo. O Vioxx está no mercado americano desde 1999 e atualmente é encontrado em 80 países, informou o grupo.
O presidente do grupo, Raymond Gilmartin, afirmou, em coletiva de imprensa, que não tem intenções de renunciar depois da retirada do Vioxx e ante as perdas que implicarão essa medida. “Esperamos que também não haja demissões”, acrescentou.