30/09/2004 14h39 – Atualizado em 30/09/2004 14h39
Agência Nordeste
A companhia aérea Vasp protagonizou mais um embate contra seus funcionários hoje. Depois de sofrer, no início da semana, uma paralisação de advertência por parte de alguns trabalhadores que reivindicavam salários atrasados, a empresa demitiu cerca de 50 empregados e 10 estagiários no Recife.
O setor responsável por reservas e que atendia às regiões Norte e Nordeste foi extinto na Capital pernambucana. A partir de agora, ficará sediado em São Paulo.
Conforme Mário Galvão, assessor de imprensa da Vasp, a decisão de suprimir o núcleo deve-se a “um processo de readequação pelo qual está passando a empresa”, em razão do número de aeronaves em operação, que foi reduzido por decisão do Departamento de Aviação Civil (DAC).
A empresa divulgou que seis aviões, do universo de 31 pertencentes ao corpo da Vasp, deixaram de operar por força da decisão do DAC, o que provocou as exonerações. De acordo ainda com a empresa, esta foi uma medida necessária. Galvão alertou que outras destituições podem acontecer, mas garantiu, no entanto, que não ocorrerão demissões em massa.
O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Pernambuco, Gilmar Dória, afirmou categoricamente que a decisão do DAC não tem nenhuma influência nas demissões, responsabilizando a administração da empresa pelas demissões, classificada por ele como “temerária”. Dória prevê que esta reestruturação, alegada pela Vasp, também deverá repercutir negativamente nas cidades do Rio de Janeiro e Brasília. “Com a medida, cerca de 1.500 trabalhadores serão prejudicados em todo o País”, avaliou Dória.
Ele acusa a companhia aérea de estar coagindo os funcionários a pedir licença sem vencimento de um ano e de não garantir direitos trabalhistas, como o depósito do FGTS, que, segundo ele, não está sendo feito. “A Vasp mostra sua administração predatória. É uma segunda Transbrasil”, sentenciou Dória, referindo-se à companhia aérea que deixou de operar há aproximadamente três anos.
A assessoria da Vasp disse também que os funcionários dispensados podem se cadastrar para que sejam novamente contactados para ocupar os cargos, o que Dória considera uma “enrolação”. “Não há garantia de que os trabalhadores sejam readmitidos”, concluiu.