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sábado, 3 de maio de 2025

Santa Izabel faz pesquisa pioneira de células-tronco

16/10/2004 08h36 – Atualizado em 16/10/2004 08h36

A tarde online

Desde julho do ano passado, o Hospital Santa Izabel, em parceria com a Fiocruz, desenvolve uma pesquisa pioneira em todo o mundo sobre o emprego das células-tronco de origem na medula óssea em portadores de formas avançadas da doença de chagas, como terapia regenerativa celular. À frente do projeto-piloto, a experiência e determinação do médico Gilson Feitosa, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Feitosa esclarece que as células-tronco com que trabalha são as de origem na medula óssea, e não as células-tronco embrionárias (zigotos, que têm alto poder de diferenciação e têm sido alvo de inúmeras discussões sobre bioética, principalmente nos Estados Unidos).

“A célula-tronco embrionária é o início de um novo ser humano, não somos a favor de sua utilização. A de origem na medula óssea não representa uma interrupção da vida, existe em grande quantidade em cada indivíduo e atende à necessidade da pesquisa, que vem sendo feita de forma rigorosa, nos moldes da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep)”, explica.

Participam ainda do projeto-piloto, pelo Santa Izabel, Fábio Vilas-Boas, Joel Pinho e Augusto Mota, e pela Fiocruz, Ricardo Ribeiro e Milena Soares.

A pesquisa vem sendo feita com total apoio da direção do hospital e deve envolver até 30 pacientes no próximo ano, apesar das dificuldades que o rigor metodológico apresenta. Para participar do projeto-piloto, o paciente não pode simplesmente ter o mal de chagas, mas sim ter tentado todas as outras terapias existentes, estar com um quadro específico e, por fim, residir em Salvador.

Depois de uma punção para retirada de determinada quantidade de células-tronco da medula óssea, o material é tratado e injetado nas coronárias de pacientes. O objetivo é que as células promovam uma regeneração dos tecidos lesionados.

REFERÊNCIA – Essa experiência com células-tronco é apenas um dos muitos serviços prestados à comunidade pelo hospital, que é referência em cardiologia. Ontem à noite, um jantar tendo como convidado especial o médico Adib Jatene – figura importante na criação do serviço de Cardiologia Clínica do Hospital Santa Izabel – marcou os 30 anos de atuação da instituição na área.

“Por ter sido pioneiro, o Hospital Santa Izabel desfruta do posto de referência em cardiologia clínica e cirúrgica. Hoje existem três equipes de cirurgia cardíaca, com profissionais respeitados pela comunidade médica, além de todos os recursos disponíveis, diagnósticos e terapêuticos”, afirma a diretora Lícia Cavalcanti. “Trabalhamos desde os casos mais simples, como o cateterismo, que é um procedimento invasivo, até a introdução de próteses (stents), através de angioplastia coronariana”.

Outro motivo de orgulho para a equipe do Santa Izabel é a sua Unidade Coronariana. “Realizamos todos os tipos de cirurgias e temos a primeira UTI de pós-operatório de cirurgia cardíaca na Bahia”, diz o chefe do setor, Rosenbert Mamédio.

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