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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Morre presidente de honra da Salgueiro

01/11/2004 10h21 – Atualizado em 01/11/2004 10h21

O Fuxico

Trinta e três dias depois de terem chorado a morte de seu presidente do conselho fiscal, Waldemir Paes Garcia, o Maninho, assassinado no dia 28 de setembro, os salgueirenses voltam a trocar a alegria de sua quadra pela tristeza.
Waldemir Garcia, o Miro, de 77 anos, presidente de honra da vermelho e branco tijucana, morreu na tarde de ontem, devido à complicações cardíacas, e seu corpo, tal como aconteceu com o do filho, está sendo velado na quadra da rua Silva Telles, 104, de onde sai para o Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste, onde será enterrado às 13 horas.

Perfil

Considerado por todos os salgueirenses um verdadeiro “pai”, Waldemir Garcia, o Miro, chegou à escola 1985, quando a mesma passava por crises políticas e financeiras.

Fez uma carreira que o transformou em uma das figuras mais respeitadas do Carnaval Carioca e com seu auxílio, aos poucos, o Salgueiro foi se reerguendo e voltou a disputar títulos.

Em 1988, Miro foi eleito também presidente executivo da escola, cargo que ocupou até 1993. Foi neste ano, sob sua direção, que o Salgueiro rompeu um jejum de 17 anos sem vitórias.

Com o enredo “Peguei um Ita no Norte (Explode Coração)”, a escola comemorou: o título de campeã do carnaval, quatro Estandartes de Ouro, seus 40 anos de fundação e o aniversário de seu presidente, Miro Garcia. Durante a apuração, ele mal podia acreditar no que acontecia.

“Será que é verdade? Será que o Salgueiro vai mesmo ser campeão? E, justamente, no dia do meu aniversário? Já posso acreditar?”, perguntava às pessoas mais próximas.

Depois, já na quadra, comemorando a vitória, declarou:

“É o meu presente de aniversário. Tenho certeza que este desfile memorável foi o melhor presente que poderia ganhar”.

Em 1994, Miro deixou o cargo de presidente executivo e passou a acumular as presidências de Honra e do Conselho Deliberativo do Salgueiro.

Mas, sua preocupação com a escola ultrapassava as fronteiras do carnaval. Além de cuidar das baianas do Salgueiro, da Velha Guarda e de suas cabrochas, Miro também tinha muito zelo com os projetos sociais que a escola desenvolve para a comunidade que dá nome a uma das mais tradicionais e queridas agremiações da folia carioca e das redondezas, em sua Vila Olímpica.

Mesmo doente, Miro, depois do assassinato do filho Maninho, que era o atual homem forte da escola, deu o ar de sua graça, há 15 dias, na quadra, onde hoje seu corpo está sendo velado, para prestigiar a escolha do samba-enredo que os salgueirenses levarão para a Sapucaí em 2005, com a obrigação de mostrar que são capazes de dar a volta por cima e lutar pelo título como sempre foi a vontade Miro e Maninho.

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