25/11/2004 16h44 – Atualizado em 25/11/2004 16h44
Da Redação
A delegada titular da Delegacia de Assistência à Mulher (Deam), Magali Corsato, visitou alguns meios de comunicação de Três Lagoas para lembrar o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), hoje (25).
Segundo Magali, o tema também foi discutido na capacitação sobre violência, abuso e exploração da criança e adolescente realizado na semana passada. “Aproveitei o gancho, para falar também da situação das mulheres vítimas de violência na cidade”, acrescentou.
Magali explicou que o número de Boletins de Ocorrência registrados na Deam neste ano não diminuiu em relação a 2003. De janeiro até hoje foram registrados aproximadamente 900 Boletins. “O número será praticamente o mesmo do ano passado, quando chegamos a registrar mil casos de violência contra mulher no município”, comentou. Desses 900, Magali explicou que possui 60 inquéritos em tramite pela delegacia e cerca de 700 Termos Circunstanciados (TCO) elaborados. Os TCO’s são feitos quando se trata de agressões leves e ameaças. A deam chega a atender cinco casos de agressões contra a mulher por dia útil, uma média de 80 por mês.
A delegada informou que a maioria das agressões são causadas por companheiros das vítimas, como maridos e amasios. “O que faz com que a mulher não leve o processo até o fim, elas não querem se separar do companheiro, mas sim que ele deixe de agredi-la. De acordo com Magali, 70% das mulheres acabam pedindo para arquivar o caso.
PROBLEMA DE RH
Ela informou também que, nesses casos, o ideal seria ter na delegacia uma assistente social e uma psicóloga. “Com estes profissionais a mulher teria mais apoio, e no caso da psicóloga, o agressor seria instruídos a deixarem de agredi-las, já que se trata de um problema cultural machista. Em Dourados e Campo Grande existem até casas de apoio às vítimas, em Três Lagoas eu tenho que fazer todo o trabalho sozinha”, comentou.
CASOS MAIS GRAVES
Magali informou também que dos Boletins deste ano, a Deam registrou quatro tentativas de homicídio. “Uma foi do homem que jogou álcool e ateou fogo na mulher, o que fez com que ela ficasse internada em estado grave e o outro caso também de tentativa de homicídio foi o do acusado que deu vários golpes na cabeça da vítima, com uma barra de ferro, os outros dois eu não lembro”. Todas as tentativas deixaram lesões graves nas vítimas.
O último caso dessa gravidade foi do rapaz de 25 anos que tentou colocar fogo em sua amasia, jogando solvente de tinta na jovem. “Neste caso eu ainda estou aguardando o laudo, para saber se irá enquadrar o autor em tentativa de homicídio ou lesão grave”, comentou. A delegada finalizou dizendo que o importante é que muitos autores já foram punidos. “Desses casos, vários já foram presos através de pedido de prisão preventiva, assinado pela juíza e cerca de quatro deles em flagrante”.
