26/11/2004 16h55 – Atualizado em 26/11/2004 16h55
Da Redação
O encerramento do curso de “Derivados do Leite”, realizado na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais em Três Lagoas, causou emoção e até lágrimas entre as mulheres que vivem em assentamentos e acampamentos da cidade. Sônia Maria Nogueira Pinto, 44 anos, uma das participantes, elogiou o curso e disse ter sido muito proveitoso. “Agora eu tenho em vista me aperfeiçoar, para aplicar futuramente, quando conquistar minha terra”, comentou.
Uma outra assentada se emocionou ao falar dos benefícios do curso e das mudanças que ele pode trazer à vida das mulheres presentes. “As pessoas acham que as mulheres de assentados não fazem nada, mas agora podemos provar o contrário”, disse chorando, o que acabou levando várias outras mulheres a se emocionarem também.
O curso foi ministrado pela educadora, Carmem Calvetto Brancher, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), através de uma parceria entre a Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura (Fetragri-MS), Senar e o Sindicato.
Ao todo 14 mulheres, do assentamento do Pontal do Faia e do acampamento do córrego da Moeda, aprenderam a fabricar quase 30 produtos derivados de leite e do soro. Entre os produtos estão: suco de soro, mussarela, requeijão catupiry e danete, além de vários tipos de iogurtes, queijos e doces em geral.
Segundo a educadora, Carmem, o objetivo principal do Senar é agregar valores à matéria-prima presentes na vida do campo e com isso, promover a melhoria na qualidade alimentar e por conseqüência, na qualidade de vida. “Se o produtor for comprar um yogurte no supermercado ele vai acabar pagando caro, sem necessidade, já que ele tem a matéria prima, bastava apenas conhecimento de como preparar, algo que agora eles já tem”.
Carmem explicou que todas as mulheres receberam um certificado e já estão habilitados para produzir e até comercializar esses produtos, “desde que as normas da Vigilância Sanitária do Município sejam respeitadas”, acrescentou. O Senar promove esse tipo de curso por todo o Estado durante todo o ano, através de parcerias com sindicatos ou organizações de trabalhadores rurais. “O Senar trabalha em sistema de parcerias, sempre visando o aperfeiçoamento dos trabalhadores rurais”, comentou.
No encerramento, estavam presentes representantes da Vigilância Sanitária, a educadora do Senar e o coordenador do Idaterra de Três Lagoas, José Américo Boscaine.
