13/12/2004 17h26 – Atualizado em 13/12/2004 17h26
Gazeta Mercantil
O Brasil se consolidou como maior exportador mundial de carnes em 2004. Os frigoríficos e abatedouros de frangos, bois e suínos vão exportar 4,2 milhões de toneladas neste ano, volume 23% maior que o apurado no em 2003. O resultado brasileiro é muito superior ao da União Européia (UE), segunda colocada no ranking. Em 2004, a Europa deverá embarcar 2,4 milhões de toneladas de carnes. Até o final deste ano, as indústrias brasileiras terão comercializado com o exterior US$ 5,8 bilhões, o que representa um acréscimo de 42% em relação ao resultado do ano passado.
A liderança brasileira vem sendo conquistada nos últimos anos. Em 2004, o Brasil deve se tornar maior exportador de frangos em volume e em receita, superando os EUA pela primeira vez na história. Nas carnes bovinas, o País já ultrapassou a Austrália em volumes embarcados. No ranking das carnes suínas, o Brasil ocupa o quarto lugar. O bom desempenho do setor em 2004 deve-se, principalmente, às exportações de frango. No ano, as divisas vão ficar em US$ 2,5 bilhões, montante 40% maior que o apurado em 2003.
Em volume, o crescimento deve ser de 22%, para 2,4 milhões de toneladas. Com esse crescimento, em maio deste ano o Brasil superou os Estados Unidos em receita e em volume de vendas. No ano passado, o País já havia conquistado a liderança em faturamento. “Parte desse desempenho deve-se ao fato de os Estados Unidos terem enfrentado problemas sanitários em 2004”, diz o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef), Cláudio Martins. Entre os problemas sanitários, o maior deles foi o surgimento de um foco de influenza aviária nos EUA.
Christophe Malik Akli, diretor-geral da Doux Frangosul, acredita que o sucesso brasileiro é decorrente do foco das indústrias no mercado exterior. “O Brasil achou um nicho específico, buscou um diferencial”, afirma Akli. Assim como seus concorrentes, a Doux Frangosul exportou grandes volumes em 2004, o correspondente a cerca de 80% da produção.
“O desempenho extraordinário de 2004 é resultado do crescimento da economia mundial e também dos problemas sanitários de nossos concorrentes”, diz Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado. Opinião semelhante tem o coordenador-geral de Apoio à Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eliezer Lopes, que acrescenta como fatores determinantes a qualidade e sanidade da carne brasileira, a competitividade e o marketing agressivo. Com o caso de “vaca louca” na América do Norte, o Brasil ampliou as vendas de carne bovina para a Rússia, Chile, Holanda, Egito, Itália, Alemanha, Irã, Hong Cong e Argélia.





