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domingo, 14 de dezembro de 2025

Mini-usina de leite de Dourados já está funcionando

15/12/2004 10h55 – Atualizado em 15/12/2004 10h55

Dourados News

A mini-usina de pasteurização de leite, resolvendo definitivamente o problema da venda do produto “in natura” que tanta controvérsia gerou entre maio e junho deste ano, já está funcionando em caráter experimental há 20 dias. O prefeito Laerte Tetila fará a entrega oficial no próximo dia 19 de dezembro, às 14 horas, em evento faz parte da programação alusiva ao aniversário do Município comemorada em 20 de dezembro.

Com capacidade para dez mil litros de leite/dia, mas que por enquanto está operando com 50% da carga com a perspectiva de chegar a 80% em breve, essa mini-usina beneficia cerca de 95 famílias que se organizaram criando a Associação dos Vendedores Ambulantes de Leite “In Natura” de Dourados (Avaleite), uma entidade formada há mais tempo, mas que se encontrava desativada até que o Ministério Público proibiu de vez a venda do produto “in natura” nas ruas.

Esse número de famílias representa algo em torno de 40% do leite comercializado no Município e essas pessoas exercem um papel social e cultural relevante. Além da entrega de casa em casa, recebendo normalmente no final do mês quando o trabalhador, por sua vez, recebe o salário, elas não conseguem firmar uma relação comercial com o laticínio porque a produção individual é pequena, entre dez e 20 litros por dia, comentou o secretário Municipal de Agricultura, Huberto Paschoalick.

“São trabalhadores que às vezes tem o leite como a única renda fixa e, no caso do consumidor, será que ele conseguiria comprar o leite e pagar a conta no final do mês em um supermercado?”.

Ele disse que entende a legislação e que é preciso respeitá-la, mas esse problema vinha se arrastando por muitos anos e a Prefeitura, na gestão do prefeito Laerte Tetila, desejava dar uma solução definitiva.

Em 2002, nesse sentido, firmou-se o primeiro ajuste de conduta com o Ministério Público, estabelecendo um prazo de oito meses, curto, na opinião do secretário, diante do tamanho da questão e da dificuldade que se tem para viabilizar os recursos.

Apesar disso, a Semag formulou o projeto técnico e correu atrás dos recursos que vinham sendo viabilizados pelo deputado João Grandão (PT), em Brasília. Com a Promotoria, foi prorrogado o ajuste que venceu em maio deste ano, quando se iniciou a celeuma em torno da questão, ocorrendo caso até de um leiteiro ir parar na cadeia.

A solução temporária encontrada, com apoio do Governo do Estado, foi a pasteurização do produto no Laticínio Camby para evitar que esse número de pessoas continuasse sem condições de trabalhar, o que foi feito até final de novembro.

A questão evoluiu tanto nesse período que a Avaleite contratou inclusive uma engenheira de alimentos para garantir a qualidade do produto aos consumidores. Como parte desse projeto, a Prefeitura ainda está oferecendo assistência zootécnica e veterinária aos produtores, coisa que eles não tinham até então, assegurando a sanidade dos rebanhos.

Para viabilizar a mini-usina de leite, a Prefeitura ofereceu uma área de 1.800 m2; R$ 174 mil foram conseguidos pelo deputado João Grandão junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário por intermédio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), além de contrapartida da Prefeitura de R$ 17,4 mil.

A mini-usina está localizada em frente ao Senai, próximo ao trevo da bandeira, na saída para Caarapó.

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