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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Morte de brasileiro retrata situação da Índia

22/12/2004 14h48 – Atualizado em 22/12/2004 14h48

Reuters

A morte do brasileiro Cristiano Júnior em um campo de futebol neste mês mostrou o lamentável estado da modalidade na Índia.
Júnior desmaiou segundos após marcar o segundo gol para ajudar o seu clube, o Dempo, a bater o Calcutta’s Mohun Bagan, por 2 a 0. A partida era a final de um torneio importante em Bangalore.

Uma polêmica nacional sucedeu a morte, com a mídia criticando os dirigentes do futebol pelo atraso para levar o jogador ao hospital e culpando o goleiro adverário por ter batido intencionalmente no rosto de Júnior enquanto ele marcava o gol.

A autópsia mostrou que Júnior morreu devido a um ataque cardíaco, mas seu clube e sua mulher, Juliana, pediram que um segundo exame fosse realizado antes que o corpo fosse mandado de volta para o Brasil.

Os muitos gols de Júnior ajudaram o Calcutta’s East Bengal a conseguir o terceiro título nacional em abril e a tragédia direcionou os holofotes sobre tudo que estava errado no futebol indiano.

A lista é interminável. A Federação Indiana de Futebol (AIFF) foi culpada por não ter tomado uma providência quanto ao goleiro Subrapa Pal antes, quando ele derrubou um oponente em uma briga, em outro torneio. Ele foi meramente convocado a explicar sua conduta.

A AIFF finalmente o suspendeu e o arqueiro aguarda uma audiência disciplinar. O árbitro também foi suspenso, acusado de não ter prontamente chamado uma ambulância e expulsado Pal.

Críticos disseram que o incidente demonstrou o aperto pelo qual passa o futebol indiano e a falta de visão administrativa.

FIRME DECLÍNIO

A Índia, um dos maiores países asiáticos e campeã continental em 1951 e 1962, na era amadora, caiu muito de produção, enquanto o Japão, a Coréia do Sul, a China e países do Golfo Pérsico abraçaram o profissionalismo.

A Índia está na posição 132 do ranking da Fifa e na colocação 24 da Ásia.

“A única maneira de mudar as coisas é tornar a administração mais profissional”, disse Alberto Colaco, secretário da federação.

Criticada em um balanço da federação asiática, a entidade planeja corrigir suas regras logo para apontar um chefe executivo que comande a administração e o marketing. “Decidimos começar do topo, depois as outras coisas podem seguir”, disse Colaco.

Sem calendário

O técnico da seleção nacional, Stephen Constantine, pediu amistosos mais frequentes para melhorar o nível do futebol indiano, mas a falta de planos de avanço deixou a organização desses jogos mais difícil.

A federação planeja se reunir com os dirigentes dos clubes para discutir os problemas antes que a liga nacional comece, em janeiro, mas há certo ceticismo sobre as mudanças propostas.

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