23/12/2004 15h48 – Atualizado em 23/12/2004 15h48
Dourados News
Incentivar e qualificar o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Essa é uma das prioridades do governo federal dentro da proposta de atenção integral à saúde da criança e do compromisso pela redução da mortalidade materna e neonatal. Para isso, o Ministério da Saúde lança, no próximo mês, a nova Caderneta da Criança, com um conjunto de informações que atendem aos dados básicos pactuados com os países do Mercosul. A caderneta será disponibilizada a qualquer criança do País, seja ela usuária regular ou não do Sistema Único de Saúde (SUS).
A caderneta vem para substituir o atual Cartão da Criança, utilizado tradicionalmente para registrar informações de saúde na infância. “A proposta atual é de que o eixo da atenção à saúde infantil seja o crescimento e o desenvolvimento saudável, que a atenção às patologias seja uma intercorrência nesse percurso”, destaca a coordenadora da Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Alexia Ferreira.
O cartão atual é válido apenas para os pequenos com até 7 anos. É confeccionado e distribuído pelos estados somente aos serviços públicos de saúde e traz espaços para a identificação da criança, o acompanhamento do seu desenvolvimento e o calendário básico de vacinação. Apresenta também um gráfico de peso por idade que permite a vigilância do crescimento.
Já a Caderneta da Criança vai atender os brasileiros de 0 a 10 anos e será repassada pelo próprio Ministério da Saúde diretamente aos municípios. A caderneta terá, além de todos os dados e informações contidos no Cartão da Criança, gráfico de perímetro cefálico para acompanhamento do crescimento e desenvolvimento do cérebro; informações sobre a gravidez, o parto e o pós-parto relacionadas à própria criança; e espaço para anotações sobre saúde e doenças. Trará, ainda, orientações sobre hábitos saudáveis de alimentação, combate à desnutrição e às anemias carenciais e prevenção do sobrepeso e obesidade infantil, preconizadas pela Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde. Além disso, a caderneta terá dicas voltadas para a prevenção de acidentes domésticos e violência, e informações sobre os direitos da criança.
A nova caderneta começará a ser distribuída para todos os bebês que nascerem a partir de janeiro de 2005. Alexia Ferreira explica que as crianças menores de 7 anos que têm o Cartão da Criança irão continuar a utilizá-lo. “Nesses casos, o Cartão da Criança só será substituído se os estados tomarem a iniciativa e arcarem com todos os custos”, observa a coordenadora da Saúde da Criança.
A política de atenção integral à saúde da criança define quatro importantes estratégias. Uma delas é a ação de vigilância da saúde da criança, trabalho de incentivo para que os serviços de saúde tenham uma postura ativa na identificação das situações de risco e previnam agravos. A idéia é que as equipes e as unidades básicas de saúde identifiquem as gestantes, os recém-nascidos e as crianças com doença respiratória, sífilis, rubéola e outras situações consideradas de risco. A Caderneta da Criança é uma das ferramentas para realizar a vigilância à saúde na infância.
Outra estratégia é organizar as chamadas linhas de cuidado. O objetivo é oferecer às crianças a garantia de atendimento na unidade básica e o acesso à média-complexidade e à atenção hospitalar quando necessário.
Essa estratégia busca garantir às gestantes o atendimento pré-natal, a atenção ao parto de baixo e alto risco e o encaminhamento dos bebês, logo ao nascer, aos serviços de saúde para que seja estabelecido um vínculo com uma determinada unidade responsável por acompanhá-lo.
Uma outra ação é a educação permanente dos profissionais para melhorar a qualidade do atendimento. A vigilância do óbito infantil e fetal, que passa pela investigação dos fatores que conduziram a esse resultado, também é uma estratégia. Dessa forma, busca-se intervir nas falhas identificadas.
As estratégias para garantir a saúde integral da criança englobam a Política Nacional de Aleitamento Materno. Nos últimos dois anos, essa política passou por um processo de avaliação e de adequação das ações ao atual modelo de gestão.






