23/12/2004 07h54 – Atualizado em 23/12/2004 07h54
Diário de Cuiabá
As obras para a construção de uma barragem no rio Coluene, um dos principais afluentes do Xingu, vão ser retomadas nos próximos dias. A decisão saiu depois de um acordo entre representantes de 14 etnias indígenas do Parque Nacional do Xingu, do governo do Mato Grosso e da empresa responsável pela construção da usina hidrelétrica, ontem no gabinete do governador Blairo Maggi.
A empresa interrompeu as obras depois de uma determinação do governador. Numa visita à região, Maggi foi informado pelos representantes indígenas que na área poderia ter nascido o Kuarup (ritual dos grupos indígenas xinguanos para homenagear os mortos) e por isso poderia ser considerado um local sagrado.
Uma comissão composta pela Funai, Fema e empresa elaborou um laudo antropológico sobre a região que constatou que a área sagrada fica nove hectares abaixo do local da barragem. A área é particular, mas está sendo comprada pela empresa e será doada aos índios para o desenvolvimento de atividades do Instituto Etno-ambiental. A organização não-governamental está em fase de criação e será coordenada pelo cacique Aritana, da etnia Yawalapiti. “Nós pesquisamos, visitamos a área e vimos que o modelo de construção que está sendo feito não prejudicará o local sagrado que fica abaixo da barragem”, afirmou o cacique.





