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sábado, 20 de dezembro de 2025

Antero pede indiciamento de Arcanjo na CPI do Banestado

28/12/2004 17h28 – Atualizado em 28/12/2004 17h28

24HorasNews

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), presidente da CPMI do Banestado, apresentou hoje na sessão plenária da CPI um relatório alternativo ao do relator deputado José Mentor. O documento apresentado pelo senador Antero pede o indiciamento do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dos ex-diretores do BC Luis Augusto Candiotta e Beni Parnes, do ex-presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb.

 O voto do senador Antero Paes de Barros dedica 60 páginas ao “comendador” João Arcanjo Ribeiro, chefe do crime organizado em Mato Grosso, preso no Uruguai. Lembrando que “90% das provas reunidas pela CPMI do Banestado contra Arcanjo foram cedidas pela Justiça Federal de Mato Grosso”, Antero informa que a comissão detectou forte ligação entre as empresas de Arcanjo e o Bank Boston, tendo encaminhado toda essa documentação ao juiz Julier Sebastião da Silva. “Todo esse material será remetido às autoridades federais e ao Ministério Público para aprofundar as investigações. Estou providenciando também o envio de cópia od relatório à Procuradoria de Nova Iorque, a fim de que o procurador Robert Morgenthau possa tomar as providências para o confisco dos depósitos bancários e dos bens que o grupo de Arcanjo mantém nos Estados Unidos” - informou o presidente da CPMI do Banestado. Entre esses bens, Antero cita especificamente o hotel Crowne Plaza, em Orlando, próximo do Parque Disneyworld, no Estado da Flórida, adquirido com dinheiro proveniente de atividades ilegais mandado irregularmente para o exterior. O senador Antero Paes de Barros transcreve, nas páginas de seu relatório, toda a movimentação financeira das 21 empresas do grupo de João Arcanjo Ribeiro através da agência do Banestado em Foz do Iguaçu, da off shore Beacon Hill e com as agências do Bank Boston em Montevidéu, no Uruguai, e em Nassau, capital das Ilhas Bahamas, um dos grandes paraísos fiscais do mundo. Utilizando o chamado “dólar cabo”, o dinheiro de atividades ilícitas saía do país por vias ocultas e era depositado em contas correntes das empresas Lyman, Aveyron e Gamza, todas elas de propriedade declarada ou oculta de Arcanjo,no Bank Boston em Montevidéu. Por essas contas teriam passado pelo menos US$ 30 milhões. A agência uruguaia do Bank Boston repatriava os recursos simulando empréstimos externos à Confiança Factoring, fazendo a internação dos recursos por operações cambiais e via contas CC-5, de forma regular, todas registradas no Banco Central. O voto do senador mato-grossense recomenda que o Ministério Público dê continuidade e amplie às investigações sobre toda a organização criminosa para que outras pessoas sejam identificadas. O senador Antero pede que todo o capítulo com relação aos atos ilícitos do comendador Arcanjo sejam entregues à Interpol para rastrear todos os vínculos no exterior da organização criminosa instalada em Mato Grosso, deflagradas pela operação Arca de Noé da Polícia Federal em dezembro de 2002. 

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