28/12/2004 16h16 – Atualizado em 28/12/2004 16h16
EFE
A escritora e diretora de cinema americana Susan Sontag morreu nesta terça-feira aos 71 anos em um hospital de Nova York, disse à EFE uma porta-voz do centro médico.
“Posso confirmar que Susan Sontag morreu na manhã de hoje às 07.10 horas” (10.10 de Brasília), afirmou Joanne Nicholas, porta-voz do Memorial Sloan Kettering Hospital.
A porta-voz não deu mais detalhes sobre as circunstâncias do falecimento da escritora.
A escritora recebera tratamento contra um câncer de mama nos anos setenta. Segundo a imprensa americana, ela sofria de leucemia.
Sontag, umas das vozes mais conhecidas e polêmicas dos Estados Unidos, teve suas obras traduzidas para 26 idiomas.
A escritora publicou em 1963 seu primeiro romance, O Benfeitor, que foi seguido por ensaios muito lidos nos anos sessenta, como Contra a Interpretação. Foi jornalista de guerra no Vietnã, mas as vivências durante o conflito a impediram de seguir escrevendo durante algum tempo.
Sua voz era uma das mais conhecidas em círculos intelectuais nos Estados Unidos, onde a escritora ganhou fama por sua prosa provocadora e suas declarações polêmicas.
Sontag, que lamentava ser considerada uma “máquina de opinião”, era capaz de conversar sobre as questões mais diversas, especialmente a política.
A autora de Sob o Signo de Saturno ganhou uma chuva de críticas nos Estados Unidos quando publicou um ensaio na revista The New Yorker no qual dizia que os atentados do 11 de setembro de 2001 não haviam sido “covardes”, como foram classificados pelo governo do presidente George W. Bush.
Sontag aceitou, em 2001, o Prêmio Jerusalém de Literatura, o mais prestigioso de Israel para escritores estrangeiros, apesar das pressões para que o rejeitasse, mas aproveitou a ocasião para condenar a política de ocupação israelense nos territórios palestinos.
A autora, que tinha grande formação filosófica e se interessava por tudo o que era feito na Europa, era uma das vozes mais combativas dentro de seu próprio país. No entanto, sua verdadeira paixão, segundo dizia, era a literatura, pois esta aumentava sua capacidade de compreensão e de compaixão.





