29/12/2004 09h59 – Atualizado em 29/12/2004 09h59
Midiamax News
O temor da proliferação da ferrugem asiática nas lavouras de soja em Mato Grosso do Sul pode causar a falta de fungicida no Estado. O produto usado para combater a doença já começa a faltar nas revendas da região sul, onde as lojas estão com o estoque em baixa, pois os fabricantes não conseguem atender todos os pedidos.
Sérgio Miranda, dono de uma revenda em Dourados, afirma que encomendou 12 mil litros do produto e, apesar do pedido antecipado, só conseguiu receber 4 mil litros até agora. Ele completa que se os casos de ferrugem atingirem os patamares registrados no Estado de Mato Grosso a situação pode ficar complicada.
O produtor José Tarso Rosa, que também é diretor do Sindicato Rural de Dourados, ainda não registrou focos da doença em suas lavouras, mesmo assim já fez uma compra de fungicidas. Tarso gastou R$ 120 mil com o produto e acredita que será necessário fazer duas aplicações para ter a produção comprometida.
“Antes de aplicar vou continuar fazendo o monitoramento das plantas para saber a hora certa de entrar com o veneno”, disse Rosa. A ferrugem da soja foi detectada até agora em oito municípios de Mato Grosso do Sul, segundo o professor e coordenador dos laboratórios de diagnóstico da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Walber Gavassoni.
Ele disse que foram identificados 12 focos da doença nesses municípios. “O clima está favorecendo o surgimento da doença, pois a ferrugem se prolifera com mais intensidade com o tempo úmido”, explicou, completando que a aplicação do produto na lavoura contaminada só deve ser decidida depois de uma avaliação do agrônomo ou da assistência técnica que dá suporte ao produtor. “Cada agricultor tem uma realidade e deve estudar a melhor forma de combate”, disse.
Mesmo com o período de festas, os quatro centros (laboratórios) de diagnósticos implantados no Estado no Programa Estadual de monitoramento da ferrugem da soja continuam atendendo os produtores normalmente. No laboratório montado no Sindicato Rural, cerca de 10 amostras dão entrada todos os dias. “Fazemos uma avaliação imediata e, caso a doença não seja detectada de início, o resultado sai no máximo em três dias”, explicou a engenheira-agrônoma Adriana Stofell. As informações são do site Dourados Agora.




