30/12/2004 11h04 – Atualizado em 30/12/2004 11h04
JB Online
As câmeras digitais embutidas nos celulares possuem foco fixo e não tem capacidade de zoom. Isto por que os aparelhos precisam ser resistentes a quedas ou acidentes.
Porém, a empresa francesa Varioptic anunciou a criação de uma lente que funciona com liquidos (água e óleo). O objeto é capaz de mudar da forma plana para côncavo/convexa de acordo com a carga elétrica aplicada.
A mudança na lente é possível devido ao uso da tecnologia electrowetting. A técnica também é usada em endoscopia, oftalmologia e na indústria automotiva.
O electrowetting usa líquidos para condução e isolamento de estímulos elétricos. As lentes são formadas por líquidos com densidades diferentes que não se misturam: a água, condutora de energia, e o óleo, que serve de “tampa”.
Os líquidos ficam em um vasilhame cônico entre duas janelas e recebem estímulos elétricos para mudar o ângulo e a distância focal. Quando a voltagem é zero, a superfície do óleo é plana. Ao aplicar 40 volts, ela torna-se convexa.
“A electrowetting é referenciada há mais de 100 anos. No entanto, ninguém observou seu uso na indústria óptica “, disse Joshua Hong, 41 anos, diretor de Marketing da Varioptic.
A resolução das lentes suporta sensores de 2 e 3 megapixels com foco automático e zoom. A grande vantagem é o consumo baixo de energia, que pode chegar a 10% da usada nas comuns, que precisam de motores. As lentes com o electrowetting não têm partes móveis.
“A tecnologia garante flexibilidade. O fabricante pode desenvolver celulares diferentes, devido à fina espessura das lentes (2 mm) e do drive (4 mm x 4 mm x 1 mm)”, explicou Hong.
O primeiro lançamento será a lente com autofocagem. Em 2006, a Varioptic apresentará um produto com zoom, usando duas das lentes líquidas na mesma linha do eixo óptico. Um protótipo com aproximação de três vezes está em produção.
