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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Turistas aprendem driblar calor

10/01/2005 10h22 – Atualizado em 10/01/2005 10h22

A Tarde online

Muito além das questões de saúde, hábitos alimentares ou comportamento, o famoso calor da Bahia avaliza um estilo de vida peculiar, com implicações na música, moda, esportes, publicidade e na própria economia, enquanto fonte de atração turística e de toda uma indústria que vive em razão das altas temperaturas locais. Os turistas que procuram nossas praias ensolaradas o fazem justamente para fugir do frio que acomete, esta época do ano, a Europa e os Estados Unidos.

Muitas vezes, eles vêm não de tão longe assim. É caso do engenheiro Roberto Araújo Battaglini, 44 anos, que saiu da cidade paulista de Sorocaba com um grupo de 14 pessoas, entre parentes, amigos e dois visitantes norte-americanos. Prudentemente acolhido sob a sombra de um grande guarda-sol, em barraca da Praia do Jardim de Alah, ontem pela manhã, ele contou que até o momento apenas quatro integrantes de sua comitiva turística ainda não enfrentaram problemas como diarréia, vômito, enjôo, febre ou mesmo uma mistura destes sintomas. Os motivos, a culinária e o calor da Bahia, ambos considerados muito quentes.

SOL E ACARAJÉ – “Em uma cidade quente como esta, eu não entendo como a comida pode ser tão pesada, tão forte e temperada”, pondera a arquiteta Tânia Battaglini, 41 anos, que tem sugerido ao grupo cuidados como muita parcimônia no tipo e na quantidade de comida baiana, além da ingestão de muito líquido. Mas garante ter adorado o acarajé, por exemplo.

Estes são cuidados recomendados também por quem trabalha diariamente em pleno contato com o sol, como o salva-vidas Wilton Silva Oliveira, 35 anos, há nove nas praias da orla. Para ele, o importante é tentar abreviar ao máximo o tempo de exposição, se possível limitando-a antes da 10 e após as 16 horas. Conta que já atendeu a alguns casos de insolação com queimaduras de primeiro grau, inclusive, principalmente envolvendo turistas que querem “conseguir em um dia o bronzeado que levaria todo o verão”.

Nestes casos, o atendimento envolve manter a vítima à sombra e coberta para manter a temperatura, enquanto se providencia socorro adequado em unidade médica. “Banho em ducha de água fria, nem pensar, pois provoca choque térmico, agravando o problema”, ensina.

O jeito de vestir, tanto dos nativos quanto dos que aqui passam temporadas também acaba influenciado pelo clima. Para quem está de férias em Salvador, quase sempre uma roupa de praia, camisetas de algodão e sandálias leves são mais do que suficientes. Para os cabelos, rabo de cavalo ou um lencinho para driblar o calor.

O importante é estar sempre leve e solto. A ambulante Rosangela Faria Catarina Araújo, 31 anos, que vende bonés nas praias. “Além de dar um charme especial, o chapéu protege os cabelos e a pele”, diz, assegurando que nunca teve qualquer tipo de problema por conta do calor, apesar de trabalhar sob o sol há mais de 10 anos, em longas jornadas.

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