11/01/2005 15h52 – Atualizado em 11/01/2005 15h52
Bonito News
Há indícios de irregularidades na importação de gado feita pela fazenda Três Estrelas que fica no município de Paranhos. Foi a conclusão apontada no relatório de 96 páginas entregue hoje à tarde ao secretário Dagoberto Nogueira (Produção e Turismo). De acordo com o secretário a fazenda será interdita e multada pela Secretária por ter importado gado do Paraguai fora dos tramites legais.
Quando a denuncia de que as 53 cabeças de gado estivessem contaminadas com febre aftosa, Dagoberto disse que os exames comprovaram que o gado esta em perfeito estado de saúde. O relatório que teve como objetivo identificar a origem do gado foi entregue pelo delegado Antônio Carlos Vieira e pelo comandante do Departamento de Operações de fronteira, coronel Geraldo Ortis, que conduziram as investigações. “Sorte que os animais importados não tinham aftosa, pois se tivessem teriam comprometido toda a economia do Estado.
Não podemos permitir que, por causa de algumas pessoas, que na minha opinião não são produtores, toda a base da economia do Estado seja colocada em risco. Vamos punir com rigor este caso”, disse o secretário. Dagoberto fez questão de frisar que, desde o momento da denuncia, o gado não apresentava sintomas de febre aftosa e atribui a denuncia a disputa comercial pela importação de gado que há na região. “Nós fizemos a nossa parte. Cumprimos a legislação, o que o mercado externo determina, interditamos a fazenda, identificamos os animais e os colocamos a disposição dos compradores externos, para que houvesse transparência”.
O relatório será entregue, segundo Dagoberto, ao secretário Antônio Braga (Justiça e Segurança Pública), à Polícia Federal, para que todos os indícios de crimes sejam investigados e ao Ministério da Agricultura. Conforme Antônio Carlos Vieira, as investigações foram até o Paraná, de onde o fazendeiro alegava ter comprado o gado que estava em sua propriedade, e também até o Paraguai, para obter documentos do produtor brasileiro que tem fazenda lá. “Apenas 74 hectares da fazenda fica no Brasil, o restante, 1792 hectares ficam em território paraguaio”, esclarece o delegado. Lei – Dagoberto aproveitou a ocasião para dizer que pretende enviar à Assembléia Legislativa um projeto de lei ampliando e esclarecendo os poderes que o Iagro (Agência Estadual de Sanidade Animal e Vegetal) para punir produtores que não cumprem com todos as tramites de importação exigidos. “Hoje a lei é muito vaga. O quê faz com que haja muitos recursos e os infratores ganhem as causas. Vou propor uma lei mais rígida e clara para punir o mau produtor”.