11/01/2005 14h10 – Atualizado em 11/01/2005 14h10
Terra
Cento e três municípios do Rio Grande do Sul decretaram situação de emergência pela falta de chuvas no Estado. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul (Fetag) estima perdas de 35% no setor, principalmente nas lavouras de milho e feijão.
Segundo o jornal Hoje, até a produção de leite será prejudicada com a estiagem. A Fetag está orientando os agricultores a buscarem financiamentos para não terem prejuízos ainda maiores já que a estiagem atingiu as plantações antes do período em que costuma ocorrer.
A Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), estima que todas as regiões, em diferentes escalas, estão sendo afetadas. A chuva ocorrida nos últimos dias foi esparsa e de fraca intensidade, não recuperando o quadro de falta de umidade do solo. A região do Alto Uruguai é a mais atingida, com dificuldades para irrigação das culturas e, até mesmo, fornecimento de água para os moradores em algumas localidades.
A permanência desse quadro climático aumenta os prejuízos. No entanto, os institutos de meteorologia mantêm o prognóstico de chuvas a partir da segunda quinzena de janeiro, o que pode representar recuperação das pastagens e lavouras que ainda se encontram em fase de desenvolvimento vegetativo, como é o caso da soja e do arroz.
O milho é a cultura mais prejudicada pela estiagem no Estado em conseqüência do alto percentual (61%) de lavouras nas fases de floração e enchimento de grãos, período no qual a falta de umidade prejudica a produtividade. A avaliação de técnicos da Emater é de que, embora a situação seja preocupante, há probabilidade de a estiagem causar menos prejuízos do que na colheita passada.
De acordo com as informações recebidas dos escritórios municipais da instituição, a situação mais grave se localiza no Alto Uruguai, onde foram plantados aproximadamente 196 mil hectares de milho nessa safra. Os índices médios de redução da produtividade em relação às expectativas iniciais podem chegar a 50%.
Na região do Alto Jacuí, as lavouras de milho, a maioria na fase de enchimento de grãos, começam a apresentar redução no peso dos grãos. Na região Celeiro, os prejuízos chegam a 30%. Nas regiões das Missões e Planalto, as situações das lavouras são distintas, o que dificulta uma aproximação mais precisa em termos de perdas.
Nas demais áreas, o retorno da chuva pode reverter em parte a situação, pois ainda é alto o percentual de lavouras que não entraram em fase de florescimento. É possível que, dependendo do retorno da chuva, municípios localizados em zonas quentes, como Missões, Alto e Médio Uruguai, realizem um segundo plantio da cultura, tentando amenizar os prejuízos da safra normal. A estimativa inicial de produtividade média da Emater para esta safra, anunciada há cerca de dois meses, é de 3,5 mil toneladas por hectare.