12/01/2005 09h48 – Atualizado em 12/01/2005 09h48
Midiamax News
O advogado João Manuel Armôa entra hoje com recurso no TJ/SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) contestando a sentença da justiça de Tupã, que condenou o produtor Eugênio Campuzano a 33 anos de reclusão, em regime fechado, por latrocínio e sequestro. Armôa ainda protocola outro recurso, desta vez no STJ (Superior Tribunal de Justiça), alegando conflito de jurisdição na responsabilidade de se julgar e condenar Campuzano, apontado como responsável pela morte do piloto paulista Vitor Guarezzi.
“Acredito que o juiz foi levado pela emoção e não poderia sentenciar no processo”, avaliou Armôa, referindo-se ao juiz de Tupã, Luiz Eduardo Medeiros Crisólia. Entre os argumentos usados, a linguagem do juiz, coloquial e emotiva, além do fato de ter enviado uma cópia da sentença para a família do piloto Vitor Guarezzi, procedimento que não é usual. “O juiz proferiu a sentença com base em indícios, é preciso ter certeza para condenar alguém, não há espaço para dúvidas”, avaliou.
O apelo emocional da sentença também levou o advogado a entrar com recurso no STJ, alegando conflito de jurisdição, levando em conta também que por ser crime envolvendo trânsito da aeronave, deveria ser de competência da Justiça Federal. “A Justiça Federal não seria levada pela emoção para analisar o caso”, afirmou Armôa. Amanhã, o advogado deve vir para Campo Grande para falar com Eugênio Campuzano, preso desde o ano passado no presídio de Trânsito.
No dia 18 de maio, o monomotor PT-ISL, modelo BE-35, foi roubado do Aeroporto Estadual de São Paulo. Os ladrões levaram ainda o piloto Valdir Guarezzi como refém. No dia 28, a aeronave caiu no Paraguai, na fazenda de Campuzano, no distrito de Yby Ya’u, no Paraguai. A polícia reconheceu, por meio da arcada dentária, o corpo do piloto, mas não obteve qualquer identificação do outro corpo.
O fazendeiro teve parte do corpo queimado e passou três meses internado na Santa Casa de Campo Grande. Para a polícia, ele era o terceiro ocupante do avião, que seria usado para o transporte de drogas, mas a defesa alega que ele apenas foi testemunha da queda da aeronave e sofreu os ferimentos ao se aproximar do avião, antes da explosão.